O consumo de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vape, provoca níveis de intoxicação mais elevados do que os cigarros convencionais. A informação consta de pesquisa realizada pela Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de São Paulo, em parceria com o Instituto do Coração (Incor) e o Laboratório de Toxicologia da Universidade de São Paulo (USP), divulgada na última quinta-feira (6/6). ).
O estudo inicial foi realizado com base em dados de 200 fumantes de cigarros eletrônicos. A pesquisa constatou que os níveis de nicotina presentes nesses usuários são três a seis vezes maiores do que nos fumantes de cigarros convencionais.
“O estudo indica que a intoxicação por nicotina em quem usa cigarro eletrônico é tão alta ou até pior do que em quem usa cigarro tradicional. Notou-se também o desconhecimento dos mais jovens sobre os riscos de dependência, regras de uso e consumo em ambientes fechados, de acordo com a Lei Antitabagismo. Esses dados foram coletados durante a pesquisa por meio de questionários aplicados aos usuários de cigarros eletrônicos/vapes”, explicou a cardiologista Jaqueline Scholz, diretora do Núcleo de Tabagismo do Incor e coordenadora da pesquisa.
O cardiologista ressalta que os riscos à saúde dos usuários de vape são equivalentes aos dos usuários de cigarros com filtro convencional. No entanto, os perigos são aumentados, com uma probabilidade duas vezes maior de sofrer um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral. Se o usuário usar os dois tipos de cigarro, o risco é quadruplicado.
Atualmente, 3% da população do Brasil usa cigarros eletrônicos. “Parar o produto por conta própria é uma fantasia. É um produto altamente viciante que contém substâncias extremamente tóxicas, que também afetam as pessoas ao seu redor. Ao inalar as partículas ultrafinas depositadas no ar, elas atingem o sistema respiratório, atravessando a membrana pulmonar e causando grandes inflamações”, destaca a médica Jaqueline Scholz, em comunicado divulgado pelo governo de São Paulo.
Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a proibição do cigarro eletrônico no Brasil. “A consulta pública realizada não trouxe nenhum fato ou argumento científico que alterasse o peso das evidências já ratificadas por este Painel anteriormente, e a regulamentação proposta continua a proibir a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e a publicidade de dispositivos eletrônicos para fumar, além de fortalecer as medidas voltadas ao combate aos dispositivos eletrônicos para fumar mencionadas acima”, disse o diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres.
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