Depois da febre do Ozempic, outra substância tem sido usada por pacientes que buscam perder peso: a tirzepatida, vendida com o nome de Mounjaro. Enquanto o Ozempic atua em apenas um receptor do aparelho digestivo, o Mounjaro estimula dois receptores, o que garante maior eficácia no tratamento, segundo especialistas ouvidos pelo Correspondência.
Ozempic apresenta resultados notáveis – incluindo perda de 15% do peso corporal, em média. Mounjaro, por sua vez, pode eliminar até 22% do peso corporal do paciente, segundo estudos. “Ambos os medicamentos são usados para tratar diabetes tipo 2 e têm efeitos na redução da glicemia e na perda de peso, porém a tirzepatida (Mounjaro) é uma molécula mais complexa, que atua em múltiplos receptores (GLP-1 e GIP) enquanto a semaglutida (Ozempic) atua apenas em um (GLP-1)”, explica Maria de Fátima Andrade, endocrinologista do Hospital Brasília Águas Claras.
GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) são secretados pelas células do intestino delgado em resposta à ingestão de alimentos. Quando o GLP-1 é estimulado, a insulina é secretada, o que retarda o esvaziamento gástrico e reduz o apetite. O GIP também estimula a liberação de insulina e aumenta a sensibilidade dos tecidos adiposos ao hormônio.
“Não temos estudos comparativos dentro de um mesmo público para saber se um é mais agressivo que o outro, mas com base nos dados publicados com públicos diferentes, aparentemente os dados de eficácia com Mounjaro são superiores em relação à perda de peso”, explica Márcio Garrison Dytz, endocrinologista, professor de Medicina do CEUB.
Assim como o Ozempic, o Mounjaro pode causar efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia, prisão de ventre e dores abdominais. “É importante que o uso do Mounjaro para perda de peso seja supervisionado por um profissional de saúde, que possa avaliar riscos e benefícios individuais, bem como monitorar possíveis efeitos colaterais”, alerta Ana Carolina Grillo, endocrinologista do Hospital Brasília, do Dasa rede. no DF.
O uso do Mounjaro no Brasil é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exclusivamente para tratamento de diabetes e não prevê uso para perda de peso. “As indicações da bula são baseadas nos resultados e dados dos estudos clínicos apresentados pelo laboratório no momento do registro do medicamento na Anvisa”, informou a agência ao Correspondência. O medicamento só será vendido em solo brasileiro em 2025.
Como ainda não é comercializado no país, o Mounjaro deve ser importado, principalmente, dos Estados Unidos. O preço do remédio para um mês de tratamento custa em média US$ 1 mil, o equivalente a R$ 5.402,40 na cotação atual do dólar.
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