O cantor sertanejo Marrone, da dupla com Bruno, precisou passar por uma cirurgia de emergência nesta segunda-feira (17/6), após ser diagnosticado com glaucoma em estágio avançado em ambos os olhos. A doença é a segunda maior causa de cegueira no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, e é causada pelo aumento da pressão interna no olho e alterações irregulares no fluxo sanguíneo dentro do órgão.
O diagnóstico precoce é visto como essencial, pois quanto mais cedo a doença for detectada e o paciente iniciar o tratamento, maiores serão as chances de controlar sua progressão e prevenir a perda da visão. Para o Correspondência, o médico Ricardo Yuji Abi explica que o glaucoma é uma doença silenciosa, pois evolui de forma assintomática. Geralmente, quando a condição é percebida, entre 40% e 50% do campo de visão pode ficar permanentemente comprometido.
“Na maioria das vezes, não causa dor. Como afeta primeiro a visão periférica, que normalmente passa despercebida, o paciente só percebe a queda da acuidade visual em fases tardias, quando a doença atinge a parte central da visão e já está bem avançado Além da falta de sintomas evidentes, o desconhecimento de grande parte da população sobre o assunto atrasa a identificação da doença e impede o acesso ao tratamento precoce, o que poderia prevenir a perda de visão. que exames oftalmológicos regulares sejam realizados de forma ativa para identificar o problema”, destaca o glaucomatologista do Hospital Oftalmológico de Brasília – empresa do Grupo Opty.
Os principais fatores de risco para glaucoma são a idade e a pressão intraocular. “Principalmente pacientes com mais de 40/50 anos precisam ser examinados para verificar a saúde ocular do nervo óptico e da retina e pacientes que apresentam pressão ocular elevada por algum motivo. miopia, que fazem uso constante de corticoide, e com histórico familiar também precisam ter maior atenção ao assunto”, orienta o médico.
No caso do cantor Marrone, o médico Ricardo Yuji Abi avalia que a pressão intraocular deve estar muito elevada, por isso foi necessária uma cirurgia urgente. O especialista lembra que com pressão muito alta o paciente tem maior chance de danificar o nervo óptico.
Tratamento
O glaucoma não tem cura, mas pode ser tratado. Segundo Ricardo, existem diversas modalidades para cada estágio da doença (inicial, intermediário e avançado) “Nos estágios iniciais da doença podem ser prescritos colírios ou realizados procedimentos a laser, ambos têm como objetivo modular e diminuir o nível intraocular. pressão. Para casos moderados e avançados, existem algumas opções cirúrgicas. Lembrando que todas as formas de tratamento para o glaucoma servem apenas para estabilizar a doença e prevenir sua progressão”, afirma o médico.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia recomenda que pessoas com mais de 40 anos façam uma consulta de check-up com o oftalmologista pelo menos uma vez por ano. Entre os pacientes que já possuem glaucoma, as visitas ao especialista dependerão do estágio da doença.
“Para casos mais graves, a gente acompanha mais de perto, a cada 3 ou 4 meses. Casos mais leves, como o glaucoma inicial, o paciente deve retornar a cada 6 meses. para evitar a progressão da doença e a perda permanente da visão é o diagnóstico precoce. O glaucoma, quando descoberto em estágio inicial, é muito mais simples de tratar e preservar a qualidade de vida das pessoas”, enfatiza o médico especialista em glaucoma.
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