19 de junho marca o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença Falciforme (DF), patologia hereditária monogenética que afeta um único gene, mais comum no mundo. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 3.500 crianças nasçam anualmente com a doença.
A condição compreende um grupo de anemias hemolíticas hereditárias que afetam as hemácias, fazendo com que a hemácia adquira o formato de foice, causando anemia crônica de intensidade variada. Estima-se que aproximadamente 7% da população mundial seja afetada por distúrbios de hemoglobina, representados principalmente pela talassemia e pela doença falciforme. O quadro clínico pode variar de leve a grave e o reconhecimento tardio pode levar à morte nos primeiros anos de vida.
Pensando em conscientizar sobre a doença falciforme, a Dra. Patrícia Moura, hematologista pediátrica do Instituto de Hematologia do Estado do Rio de Janeiro, responde às principais dúvidas sobre a patologia. Veja abaixo!
1. Quais são os principais sintomas da doença falciforme?
Segundo a Dra. Patrícia Moura, entre os principal alterações causadas pela doença, podemos citar:
- Anemia crônica
- Crises dolorosas
- Retardo de crescimento
- Infecções pulmonares e infartos
- AVC
- Priapismo
- Úlceras dos membros inferiores
2. Como é diagnosticada a doença falciforme?
O diagnóstico precoce é fundamental, a doença pode ser diagnosticada nos primeiros dias de vida através da triagem neonatal – teste do pezinho – em que os casos são identificados e confirmados, seguido de encaminhamento assertivo para centros de referência. Nesses centros, o paciente é acompanhado regularmente, realiza exames laboratoriais e de imagem de rotina e recebe atendimento multidisciplinar.
3. A doença falciforme é curável? Como é o tratamento?
A doença falciforme não tem cura e pode comprometer as principais funções do organismo caso o paciente não receba assistência adequada. Mas o tratamento adequado pode amenizar os impactos causados pela doençapossibilitando melhorias na qualidade de vida e aumentando a sobrevida dos pacientes.
“Os tratamentos vão desde o uso de antibioticoterapia profilática, vacinas especiais e autocuidado, até o uso de medicamentos específicos, terapia transfusional e quelantes de ferro. Em alguns casos específicos é indicado o transplante de medula óssea”, finaliza o médico.
Por Pâmela Moraes
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