Uma pesquisa recente, liderada pelo Hospital Universitário de Akershus, na Noruega, descobriu que praticar atividade física e estar em boas condições físicas reduz a possibilidade de desenvolver esclerose lateral amiotrófica (ELA) — uma doença neurodegenerativa rara — em até 41%. Segundo o estudo, publicado ontem na revista Neurology, essa associação de condições foi encontrada apenas em homens. A ELA afeta as células nervosas do cérebro e da medula espinhal, afetando a capacidade de movimentação das pessoas. A expectativa de vida após o diagnóstico é entre 2 e 5 anos. Ainda não há cura, os cientistas buscam identificar mecanismos que garantam qualidade de vida e prevenção.
“O diagnóstico de grandes jovens atletas com ELA despertou a ideia desconfortável de que mais atividade física poderia estar ligada ao desenvolvimento de ELA. Neste contexto, nosso estudo descobriu que, para os homens, viver um estilo de vida mais ativo pode estar associado a um risco reduzido da ELA mais de 30 anos depois”, destacou, em nota, o autor principal do estudo, Anders Myhre Vaage, pesquisador do Hospital Universitário de Akershus.
Para o estudo, os cientistas acompanharam 373.696 pessoas na Noruega, com idade média de 41 anos no início do estudo, durante aproximadamente 27 anos. Do total de voluntários, 504 pessoas desenvolveram ELA. Entre os diagnosticados com a doença, 59% eram homens.
Os participantes registraram quanta atividade física praticaram no ano anterior à pesquisa e foram classificados em uma das três categorias: nível baixo, com menos de quatro horas por semana de esportes recreativos ou treinamento intenso; moderado, pelo menos quatro horas de exercício e alto nível, com treinos intensos e competições diversas vezes por semana.
Cuidado e precaução
Depois de considerar outros fatores que poderiam influenciar o risco de ELA, os pesquisadores descobriram que os homens que estavam no grupo de atividade física média tinham um risco 29% menor de desenvolver ELA, enquanto as chances para aqueles que faziam muito exercício intenso eram 41% menores. ambos em comparação com participantes que não eram muito ativos.
Para o neurologista do Hospital Brasília, da rede Dasa no Distrito Federal, Marcos Alexandre Carvalho Alves, ainda não há evidências definitivas que sugiram que exercícios físicos específicos possam prevenir a esclerose lateral amiotrófica, pois as causas exatas da doença não estão totalmente entendido.
“Para analisar a ELA é necessário considerar uma combinação de fatores genéticos e ambientais complexos. Alguns estudos sugerem que o exercício físico regular pode promover a saúde geral do sistema nervoso, dos músculos e do metabolismo, o que pode ter benefícios indiretos na prevenção de doenças neurodegenerativas “, disse Carvalho Alves.
Os pesquisadores também analisaram a frequência cardíaca em repouso. Homens com menos batimentos por minuto em repouso, o que indica boa aptidão física, tiveram um risco 32% menor de ELA em comparação com aqueles com batimentos cardíacos mais rápidos.
Orlando Maia, neurocirurgião endovascular, diretor médico da rede Interneuro e chefe do Serviço de Neurocirurgia e Endovascular do Hospital Santa Tereza, no Rio de Janeiro, considera os resultados da pesquisa um “achado”, embora defenda estudos mais específicos. “São necessários mais estudos para provar a relação. Mas uma frequência cardíaca em repouso mais baixa significa melhor aptidão física e, portanto, um coração mais saudável. De certa forma, isto é como um marcador indirecto de que a actividade física é eficaz, isto prevê melhores resultados globais e neurológicos. saúde.” (IA)
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
pan cred login
whatsapp download blue
bpc consignado
pague menos png
abara png
picpay baixar
consignado do auxílio brasil
empréstimo sem margem inss
inss credito
bpc loa