postado em 11/08/2024 06:01
Retamal destaca que a Abin e a Polícia Federal estruturaram o esquema de segurança – (crédito: Adalberto Marques/MGI)
Após o adiamento do Concurso Público Nacional Unificado (CNPU), em maio, devido à tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, a espera por mais de 2 milhões de candidatos chega ao fim. Falta apenas uma semana para as provas que vão decorrer nos 228 concelhos no próximo domingo. São 6.640 vagas em jogo em 21 órgãos federais e a mobilização para o exame, em diversas cidades, é ainda maior que a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como é o caso de Brasília, e, portanto, do concurso. tem sido chamado de Enem dos concursos.
É a primeira vez que o governo federal realiza um único teste para diversos órgãos. E, segundo o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), a logística de guerra está sendo preparada para transportar os testes para que possam chegar a todos os 3.647 locais de testes. A estimativa da secretaria é que 215 mil pessoas estejam envolvidas na operação, praticamente o mesmo número de candidatos que farão provas apenas na cidade do Rio de Janeiro.
Coordenador geral de logística do MGI CNPU, Alexandre Retamal revela, em entrevista ao Correio, que mais de 1,9 mil funcionários estarão comprometidos com a segurança do exame. “O Enem tem mais participantes, mas está mais disperso, com 1,7 mil cidades. E, no CNPU, serão 2,1 milhões de participantes concentrados em 228 municípios”, compara Retamal. Segundo o técnico, a Força Nacional de Segurança Pública, por exemplo, auxiliará a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no transporte e na segurança das provas da Competição Unificada, tanto no envio dos locais dos exames quanto na devolução dos formulários preenchidos ao Rio de Janeiro, onde fica a sede da Fundação Cesgranrio — banca examinadora que administrará o exame e corrigirá todos os cadernos de respostas.
Em oito estados – Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Maranhão – haverá assistência da Força Nacional também na segurança.
“É importante dizer que a Força Nacional ajuda, mas a responsabilidade é da PRF em todos os lugares. A PRF tem muita experiência nisso e na verdade estão fazendo um trabalho muito dedicado para garantir a segurança dos testes”, explica Retamal. Ele diz que a Força Nacional dará apoio para garantir a segurança de locais estratégicos do Rio de Janeiro onde serão realizados os testes, por exemplo, e esse é um trabalho que está sendo feito em conjunto com as forças de segurança da cidade, mas também com o PRF e com apoio de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“A Abin está mostrando esses locais e a segurança está sendo melhorada nesses locais de forma parecida com o que acontece, por exemplo, quando tem a reunião do G20, esses grandes eventos lá no Rio. Então, teremos aumento de segurança na cidade”, ele acrescenta.
Retomada do Rio Grande do Sul
Segundo Retamal, será possível realizar o exame em todos os 10 municípios inicialmente previstos no Rio Grande do Sul, apesar das enchentes que destruíram quase todas as cidades do estado.
“Os 10 municípios originais onde seriam realizados os testes confirmaram isso e conseguimos viabilizar isso em parceria com as prefeituras. Na verdade, só precisamos mudar seis locais de aplicação dentro do estado, quatro deles em Porto Alegre, que foi o município mais impactado”, explica.
No RS, a Força Nacional colaborará com a Polícia Militar do Rio Grande do Sul nos locais onde serão realizados os testes e reforçará a segurança, principalmente em Porto Alegre, e há um plano de emergência em caso de chuva. “Vamos usar a Força Nacional em Porto Alegre para não sobrecarregar a brigada local. Porque eles ainda estão em alerta. Qualquer chuva, a água continua batendo na beira do Gasômetro, porque quatro barragens romperam”, disse. destaques.
Nas cidades gaúchas o dia amanhece mais tarde, lembra Retamal, e, em Passo Fundo, por exemplo, como o local da prova fica à beira de uma estrada, a PRF vai garantir a segurança dos candidatos desde muito cedo , próximo à universidade onde farão o exame. Além disso, foi criado um link para candidatos e trabalhadores do estado onde é possível ver, em tempo real, todos os canteiros de obras para saber como se locomover pelo estado.
Esquema de seca
Paralelamente ao RS, haverá também um esquema logístico especial para o Amazonas, devido à seca, segundo Retamal. “Negociamos com governos estaduais e prefeituras para conseguirmos, de alguma forma, na medida do possível, viabilizar a aplicação nessas localidades”, destaca. O técnico conta que o foco do trabalho foi encontrar formas de garantir a chegada dos candidatos ao local da prova devido à redução de trechos de rios navegáveis. “No Amazonas o problema não é levar as provas, porque podemos usar helicóptero. O problema lá é a chegada das pessoas, principalmente ribeirinhos e indígenas”, explica. Para tanto, a equipe do MGI realizou diversas reuniões com os governos dos estados da região do Amazonas.
A estratégia foi gravar programas de rádio e distribuí-los pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), pelas rádios regionais e pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para que as populações ribeirinhas e indígenas pudessem se comunicar. um com o outro. viajar para os locais de teste com antecedência. No total, mais de 10 mil indígenas deverão realizar o exame em todo o país.
“Até porque, em alguns desses casos, há indígenas que conseguem andar parte do barco, outra parte coloca a canoa na cabeça e caminha, e depois volta para o barco”, explica Retamal.
“Negociamos com as prefeituras porque quase todas têm casas de apoio aos indígenas. E, junto com a Funai, está sendo construída essa ponte para que as casas de apoio aos indígenas possam receber esses indígenas que vão fazer a prova na véspera ou durante a semana para que possam ter esse apoio na hora de fazer a prova”, acrescenta.
Retamal destaca ainda que a Abin e a Polícia Federal (PF) tiveram papéis importantes na estruturação do esquema de segurança e nas medidas de prevenção a fraudes. Uma delas será a identificação do candidato por biometria e grafologia de todos os participantes.
A conferência será realizada apenas para os aprovados e a PF ficará a cargo dessa tarefa. Os dois órgãos trabalharam para aumentar a segurança, tanto na gráfica quanto no local de preparação dos testes. E, em conjunto com a Secretaria de Governo Digital do MGI, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a área de segurança cibernética do MGI, Abin e PF criaram um esquema para evitar qualquer tipo de problema nos sistemas. “Portanto é um trabalho integrado para que não haja possibilidade de ataque hacker”, garante.
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