Por Ticiano Gadêlha* — O direito, historicamente marcado por tradições e formalidades, passa por uma profunda transformação, principalmente quando se trata de atender empresas de tecnologia. Estas empresas não procuram advogados tradicionais, presos a processos burocráticos e respostas padronizadas. Querem um profissional moderno, que entenda as nuances da vida contemporânea e esteja preparado para oferecer soluções jurídicas inovadoras que acompanhem o ritmo acelerado do mundo digital.
Esse novo perfil de advogado vai além do conhecimento jurídico convencional. Ele precisa entender profundamente as tecnologias emergentes, a inovação constante e a dinâmica de negócios dessas empresas. Não basta conhecer a lei; É fundamental dominar os desafios específicos do setor tecnológico e saber aplicar a lei de forma eficaz e rápida. Este profissional moderno deve ser capaz de oferecer respostas rápidas, claras e personalizadas, utilizando muitas vezes ferramentas tecnológicas para otimizar processos e melhorar a eficiência dos serviços jurídicos prestados.
Um dos elementos mais marcantes desta nova prática jurídica é a criação de produtos jurídicos. Diferentemente dos serviços tradicionais, os produtos jurídicos são soluções pensadas para atender necessidades específicas das empresas, com foco preventivo e de automação. Esses produtos podem variar de contratos inteligentes baseados em blockchain a plataformas de conformidade automatizadas, permitindo que as empresas gerenciem riscos de forma proativa e eficaz, sem depender constantemente da intervenção direta de um advogado. Esta abordagem não só atende às demandas por eficiência e agilidade, mas também se alinha à mentalidade tecnológica das empresas, que valorizam soluções escaláveis e replicáveis.
O Brasil conta com cerca de 2 milhões de advogados, muitos dos quais ainda ancorados em práticas tradicionais. Contudo, a nova lei exige um movimento de renovação, o que envolve a necessidade de acolher esses novos profissionais e integrá-los ao contexto da modernidade. Esses novos advogados trazem consigo uma mentalidade mais aberta à inovação, ao uso da tecnologia e à experimentação. Estão mais inclinados a questionar o status quo e a procurar formas de melhorar a prática jurídica através da adopção de novas ferramentas e métodos de trabalho. Para startups e demais empresas de tecnologia, que já estão imersas no digital, esse novo advogado é um aliado valioso, capaz de entender suas demandas e oferecer soluções compatíveis com seu ritmo e expectativas.
É essencial que a profissão jurídica reconheça a existência de um mercado crescente que evita os advogados tradicionais. Esse mercado, formado principalmente por startups e outras empresas de tecnologia, preza pela praticidade, eficiência e inovação. Estas empresas preferem advogados que consigam acompanhar o seu ritmo acelerado, que compreendam os desafios específicos do setor e que estejam dispostos a abandonar práticas ultrapassadas em favor de abordagens mais modernas e adaptadas às suas necessidades. Ignorar esse movimento significa correr o risco de perder relevância num mercado cada vez mais disposto a explorar alternativas ao modelo tradicional de prestação de serviços jurídicos.
A nova lei, voltada para startups e outras empresas de tecnologia, representa uma mudança significativa no perfil do profissional jurídico. Requer uma abordagem moderna que vá além do conhecimento jurídico tradicional e seja capaz de integrar tecnologia e inovação na resolução de problemas. A criação de produtos jurídicos e a necessidade de abraçar novos advogados são elementos centrais nesta transformação, que procura servir um mercado que rejeita os advogados tradicionais em favor de soluções mais ágeis e eficazes. Neste contexto, o advogado moderno não é apenas um prestador de serviços, mas um verdadeiro parceiro estratégico, capaz de compreender e agir proativamente nas exigências de um mercado em constante evolução. A lei que abraça esta mudança está destinada a se destacar e conquistar seu espaço em um mundo cada vez mais moldado pela inteligência artificial e pela inovação.
*Advogado especializado em direito de propriedade intelectual (PUC/RJ). Fundador da ComoRegistrar e do escritório Tôrres Gadêlha Advocacia
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