Por Gustavo de Paula* — O Brasil, pioneiro na digitalização de processos judiciais, adaptou-se rapidamente às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), destacou-se na promoção da transparência e do acesso à informação no Judiciário e explorou o uso da tecnologia Blockchain para garantir o segurança e imutabilidade de documentos e registros judiciais.
Além disso, o país tem algumas iniciativas relevantes. Um deles é o Processo Judicial Eletrônico (PJe), plataforma única desenvolvida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que tem como objetivo informatizar e unificar a tramitação dos processos judiciais no Brasil, proporcionando padronização e interoperabilidade.
Entre outras boas práticas, podemos citar a Justiça Itinerante, que leva os serviços prestados pelo Poder Judiciário a locais menos acessíveis e às pessoas mais vulneráveis, e a ferramenta de balcão virtual, disponível em diversos tribunais, que permite que advogados, partes e público em geral para acessar serviços remotamente, com segurança e conveniência.
Todas essas iniciativas são potencializadas pela autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário (que, sob a supervisão do CNJ, permite maior flexibilidade para investir em novas ferramentas e tecnologias), consolidando o Brasil como modelo de eficiência, acessibilidade e inovação no digital. justiça. No entanto, ainda há espaço para melhorias.
Todos os anos, a justiça no Brasil registra a entrada de mais de 875 mil novos processos na fila dos tribunais. Segundo alguns cálculos e projeções, seriam necessários 2,5 anos para eliminar esse congestionamento, sem considerar a entrada de novos casos. Para se ter uma ideia, um processo leva, em média, sete anos para ser concluído.
A boa notícia é que é possível diminuir esse congestionamento processual. O caminho passa pela adoção de soluções de inteligência artificial (IA) para preencher lacunas, oferecer eficiência, rapidez e precisão, permitindo aos profissionais do Judiciário focar em decisões estratégicas. Dentre as aplicações da IA neste setor, destacam-se a análise de precedentes e a geração de insights em tempo real durante a avaliação dos casos, o que auxilia os profissionais a identificar rapidamente os aspectos favoráveis ou desfavoráveis de um processo.
Além disso, a IA pode integrar-se a sistemas legados e acessar bancos de dados externos, facilitando a busca de informações sem a necessidade de alternar entre plataformas. Essa conectividade otimiza o fluxo de trabalho, aumentando a eficiência e reduzindo os tempos de processamento dos processos.
Embora pareça uma projeção futura, a inteligência artificial já está transformando a forma como o sistema judiciário brasileiro lida com o alto volume de processos e o longo tempo de processamento de cada um. Alguns tribunais já adotaram soluções de IA que estão modificando as rotinas dos funcionários da justiça pública através da automatização de tarefas operacionais e repetitivas.
Um exemplo é o Ministério Público do Rio Grande do Sul, que está revolucionando a forma de trabalho dos promotores ao adotar uma ferramenta de IA que vai além da simples transcrição de audiências. Esta solução inovadora oferece um conjunto completo de funcionalidades, incluindo a geração de resumos personalizados, a capacidade de responder a perguntas específicas do processo e a interação em tempo real com os dados através de um chatbot.
Por exemplo, se num caso a vítima menciona uma ameaça específica durante a audiência, mas essa informação não está explicitamente incluída no relatório policial inicial, a nova ferramenta permite ao procurador encontrar rapidamente a transcrição da audiência e confirmar a existência dessa ameaça.
A implementação da IA no sistema judiciário brasileiro representa um marco na busca por uma justiça mais rápida e eficiente. Ao automatizar processos manuais que exigem muito tempo de análise e fornecer insights valiosos a partir de grandes volumes de dados, a IA libera os profissionais jurídicos para se dedicarem a questões mais complexas, ajudando a levar justiça acessível e resolutiva a todos.
Com a continuidade desses esforços e a ampliação dos investimentos em tecnologia, o Brasil pode se tornar referência global no uso da IA para modernizar o Judiciário. Esta trajetória coloca o país na vanguarda de uma revolução tecnológica que promete transformar não só o setor jurídico, mas também o acesso e a experiência da justiça para milhões de cidadãos.
*Gerente Nacional Brasil na Xertica.ai
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