Colocar Larissa Pigão* — A sanção da lei que restringe o uso de dispositivos eletrônicos portáteis, como celulares, em todas as escolas brasileiras é uma medida significativa para promover um ambiente educacional mais seguro e focado. Porém, para além da questão das distrações em sala de aula, a norma abre espaço para reflexões mais profundas sobre os desafios relacionados à segurança online e à proteção de dados pessoais de crianças e adolescentes.
No atual contexto digital, os menores estão cada vez mais expostos a riscos na Internet, como o acesso a conteúdos inadequados, a recolha excessiva de dados pessoais por aplicações e dispositivos e a possibilidade de práticas como o cyberbullying. Embora a legislação não elimine completamente estes problemas, a sua implementação é um ponto de partida para sensibilizar sobre a importância de educar as novas gerações sobre o uso responsável da tecnologia.
A nova legislação prevê exceções claras à proibição do uso de celulares, como a realização de atividades educativas, nas quais o uso dos aparelhos faz parte do processo de ensino, e necessidades específicas, como deficiências ou condições de saúde, que exigem o uso de ajudas tecnológicas. Estas reservas mostram que a norma não visa proibir a tecnologia, mas sim utilizá-la de uma forma equilibrada e direcionada para beneficiar a aprendizagem e o bem-estar dos alunos.
Para que a aplicação da lei seja eficaz, é necessário desenvolver protocolos que reforcem a sua implementação. Entre elas, destaca-se a criação de medidas específicas para o armazenamento seguro de dispositivos e a disponibilização de canais que garantam a comunicação entre pais, responsáveis e a escola sem preconceitos. Além disso, é fundamental estabelecer regras que restrinjam o uso do celular na escola, com medidas de fiscalização e penalidades como advertências, retenção do aparelho e, em casos mais graves, suspensão.
A lei também exige um esforço coletivo para intensificar as ações educativas. Isto inclui uma comunicação clara com os pais e encarregados de educação, formação adequada dos funcionários, conversas regulares com os alunos e avisos visíveis dentro do estabelecimento de ensino. Além disso, a implementação de treinamentos periódicos e estratégias voltadas à saúde mental dos alunos, conforme previsto em lei, é essencial para criar um ambiente de aprendizagem saudável e seguro.
Por fim, vale destacar que a proibição do uso de celulares não deve ser interpretada como um retrocesso tecnológico. Pelo contrário, reflete a necessidade de integrar a tecnologia no ambiente escolar de forma ética e responsável. Tal como noutros países, como França, Suíça, Portugal, Espanha e Austrália, onde já foram implementadas restrições semelhantes, o objetivo é equilibrar o uso da tecnologia com a proteção do bem-estar e da privacidade dos estudantes.
Ao adotar essas medidas, o Brasil dá um passo importante para garantir que a educação vá além do ensino formal, incluindo a formação de cidadãos digitais conscientes e preparados para enfrentar os desafios do mundo conectado. A sanção desta lei é mais do que uma norma restritiva: é um convite às escolas, às famílias e à sociedade para repensarem o papel da tecnologia na vida dos jovens e construírem uma cultura de segurança e responsabilidade digital.
*Advogada especialista em Direito Digital e Protecção de Dados Pessoais, mestranda em Ciências Jurídicas pela UAL – Universidade Autónoma de Lisboa
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