Grupo vocal mais longevo da música popular brasileira, o MPB4 comemora seis décadas de atividade com o lançamento do álbum 60 Anos de MPB, que a gravadora Biscoito Fino acaba de lançar nas plataformas digitais; e um espetáculo que, após estrear no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, seguirá em turnê por todo o país.
Esta obra, dedicada ao Quarteto em Cy, Magro e Ruy Faria, integrantes da formação original, conta com a participação especial de Edu Lobo, Francis Hime, Guinga, Ivan Lins, João Bosco, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Toquinho e Kleiton & Kledir. São artistas que, de alguma forma, fazem parte da história do grupo.
Com o álbum, o MPB4 busca resumir as seis décadas de bons serviços prestados à MPB, sigla criada pelo próprio quarteto e que acabou ganhando vida própria. “Fiquei muito honrado com o convite para substituir Ruy Faria em 2004, quando ele optou por deixar o grupo”, diz Dalmo Medeiros. “Ingressar no MPB4, considerado o maior grupo vocal do Brasil, e de tamanha importância para a música popular brasileira, significa participar de uma história vitoriosa”, completa. Atualmente o grupo é formado por Aquiles Reis, Milton Lima dos Santos Filho, Miltinho, Dalmo Medeiros e Paulo Malaguti Pauleira.
Para Paulo Malaguti, o convite para fazer parte do MPB4 foi muito comovente, por conta da morte do Magro, “um arranjador brilhante, realmente o cara que inventou o som do grupo. Aos poucos fui tomando consciência do amor e da admiração que o Povo brasileiro se dedica à MPB4”. E acrescenta: “Ainda me emociono, depois de 12 anos juntos, com a reação do público diante dos grandes sucessos. Participar desse projeto é um grande presente que a vida me deu”.
Integrante da formação original, Miltinho destaca: “Em 60 anos, o MPB4 construiu uma carreira totalmente comprometida com a música brasileira e sempre ao lado da liberdade e da democracia, das conquistas e das alegrias”. A cantora continua: “Toda essa história, cheia de lutas e emoções, não vai parar nestes 60 anos, nem neste álbum”.
O repertório conta com 12 músicas, representando diferentes fases do grupo. Notícias do Brasil (Milton Nascimento e Fernando Brant) são ouvidas na abertura. Em seguida vêm O Cantador (Nelson Motta e Dori Caymmi), Pret-porter de tafetá (João Bosco e Aldir Blanc), Angélica (Miltinho e Chico Buarque), Coisas do mundo minha nega (Paulinho da Viola), Na primeira manhã ( Alceu Valença), Velas Içadas (Ivan Lins), Paz e Amor (Kleiton e Kledir), entre outros.
Entrevista // Aquiles Reis
Quem teve a ideia de criar a MPB4?
No início, Miltinho, Ruy, Magro eram o Quarteto do CPC (Centro Popular de Cultura de Niterói). Quando houve o golpe militar de 1964, o início do período da ditadura e o fim das liberdades democráticas, o PCC encerrou as suas atividades. Foi aí que nós quatro decidimos nomear o quarteto como MPB4. Quero ressaltar que fomos os primeiros a usar a sigla MPB para identificar o tipo de música que cantamos há 60 anos. E ter a MPB em nosso nome nos dá muito orgulho.
Foi a mesma pessoa que sugeriu o nome do grupo?
Eram Miltinho e Magro.
Que lembranças você guarda do início da sua carreira?
Foi um momento mágico. As lembranças dos nossos primórdios musicais são cheias de emoção e saudade. Muito pela certeza de que fizemos a escolha certa para o nosso futuro. Mesmo vivendo um momento difícil, com a ditadura restringindo e ameaçando a cultura e aniquilando os movimentos da sociedade civil brasileira.
Qual foi a importância, para você, do grupo acompanhar Chico Buarque no Roda Viva, no Festival da Record?
Foi importante porque colocamos ao nosso lado esse grande compositor brasileiro da era moderna. Já tínhamos uma carreira em pleno desenvolvimento, fizemos shows por todo o Brasil e já tínhamos um LP gravado na Elenco (gravadora exemplar da música brasileira), mas, sem dúvida, a repercussão daquela apresentação no festival nos elevou para uma posição privilegiada na cena. musical. Inesquecível!
Acompanhá-lo a um show mais tarde foi uma consequência?
Sim! Naquele momento, Chico optou por só fazer show se a MPB4 estivesse presente. Portanto para nós foi um momento de muito trabalho, pois tínhamos nossa agenda de shows, mais os shows com o Chico.
Na sua opinião, qual momento da trajetória deve ser considerado o mais importante e por quê?
Quando o AI-5 foi decretado pela ditadura militar em 1968, e o consequente endurecimento da repressão, muitos músicos optaram por deixar o Brasil, alguns foram presos e obrigados a sair. Com isso, não só perdemos o convívio com tantos amigos, mas também perdemos nossas referências musicais. Percebemos que não tínhamos mais músicas para cantar e manter a carreira. Pensamos em encerrar o grupo. Fomos salvos por Aldir Blanc, que nos trouxe Amigo é para essas coisas, por ele e por Silvio Silva Jr., para cantá-la no Festival Universitário da Canção. O sucesso dessa música nos reanimou. Continuamos cantando!
Como reagiram à perda de Magro e Ruy Farias?
Foram tempos extremamente difíceis. Sinto muita falta dos dois.
De quem foi a iniciativa de convidar Paulo Malagutti e Dalmo Medeiros?
Quando perdemos Ruy, Miltinho e Magro sugeriram Dalmo Medeiros para substituir Ruy. Quando perdemos o Magro, e sem ter o Ruy, foi o Miltinho quem sugeriu o nome do Paulo Malaguti.
Quando surgiu a ideia de lançar o álbum comemorativo dos 60 anos?
Ano passado.
Todos os integrantes participaram da escolha do repertório do álbum?
Sim! Democrática, como sempre.
Haverá um passeio para comemorar a data?
Certamente! Uma programação nacional de shows está sendo finalizada. Espero que Brasília esteja no roteiro.
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