Originário das cidades de Camarões — país localizado na porção central do continente africano — makossa é um gênero musical com características únicas, marcado por batidas aceleradas e um ritmo contagiante. Foi com essa vibe que Brasília adotou a festa Makossal. O baile musical negro Makossa — numa referência ao estilo musical camaronês —, que comemora, no próximo sábado, 22 anos de existência. Conhecido como ponto de encontro de bailarinos, músicos e amantes das danças tradicionais da música negra do Distrito Federal, Makossa tornou-se, ao longo de mais de duas décadas de história, um importante reduto para artistas, criadores e produtores culturais desfrutarem o que há de melhor da cultura negra feito no DF.
E, para o próximo evento, a Galeria dos Estados (Asa Sul) abre suas portas para receber a edição comemorativa dos 22 anos de Makossa. A partir das 22h a diversão está garantida para todos, desde o frequentador mais assíduo até quem vai ao baile pela primeira vez. Os ingressos podem ser adquiridos a partir de R$ 60 (terceiro lote) — mais taxa de serviço — no site Furando a Fila. Os DJs Bourog, Chicco Aquino, Chokolaty, Heron Love, Ketlen e Umiranda estão entre os nomes do line-up para celebrar a diversidade de estilos e ritmos típicos da periferia. A festa é proibida para menores de 18 anos.
Mais do que uma simples festa, Makossa Baile Black construiu uma sólida história no circuito de quadradinhos. Realizado desde 2003, são mais de 70 edições e um catálogo com mais de 50 atrações — nacionais e internacionais — que ajudaram o Makossa a se tornar referência entre os eventos culturais do DF. Com uma presença que atravessa gerações, o baile conta com a presença de um público apaixonado pela música negra e devotado aos quatro elementos de expressão da cultura hip-hop: street dancing, DJs e MCs, graffiti e rap.
“A Makossa é uma festa que marcou a história de muitos bailarinos, artistas locais e espectadores. Vi muitas pessoas sendo propostas, conhecendo a cultura da periferia e me sentindo acolhida pela primeira vez em Brasília”, relata Laís Costa, quebrando bailarina e gestora de projetos, além de colaboradora frequente no baile, onde surgiu como bailarina no primeiro circuito de dança promovido por Makossa. “Promover um evento no centro de Brasília com essas características simboliza a centralização e exaltação dessa cultura”, acrescenta a b-girl.
Realizado na Galeria dos Estados, o baile é referência em possibilitar o acesso da população à cultura. “Makossa se consolida como referência de reconhecimento e valorização dos territórios onde a cultura hip-hop pulsa intensamente. A presença de Makossa na Galeria dos Estados antecede as ocupações artísticas atuais, num espaço que, historicamente, tem sido tratado com desdém”, denuncia o evento. gerente de projetos, Cristiane Cunha.
Casa cheia
Makossa tem, além de um histórico impressionante de edições, um enorme apreço por parte de quem frequenta o baile —alguns até frequentam o evento desde pequenos. Gustavo Sena, 31 anos, é um exemplo dessa relação, pois frequenta Makossa desde os 18. “Apesar de ser referência na música negra, Makossa faz com que todos se sintam em casa. um instrumento gigante de aproximação, amor, emoção e conexão”, explica Sena sobre o sentimento de pertencimento provocado pela dança.
Dos mais novos aos mais velhos, Makossa abraça todas as gerações e faz questão de celebrar a diversidade do público como uma das principais qualidades do evento. “Comecei a frequentar o Makossa há anos com referências de amigos de que o baile era muito bom. Desde então, não perdi nenhuma edição e recomendo a todos. isso dançar é sensacional'”, destaca Sandra Jurema Silva, 68 anos.
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