Dira Paes estreia amanhã seu primeiro filme como diretora. Pasárgada conta a história de Irene, uma observadora de pássaros, que fica em uma floresta para fazer pesquisas sobre as aves locais. Ao lado de Manuel, interpretado por Humberto Carrão, Irene acaba por se conectar com a natureza e repensar algumas das suas escolhas pessoais e profissionais.
A atriz Dira foi protagonista, produtora, diretora e roteirista do filme. Humberto Carrão atuou ao lado do diretor durante quase todo o filme. “A Dira é uma figura que já viveu muito no cinema, acho que ela tem na cabeça, no corpo e no espírito o que ela gosta e o que ela quer e foi lindo. Sendo testemunha desse brilhantismo e também de sua transformação pessoal, me sinto um privilegiado por ter participado de perto”, comenta Carrão.
Em conversa com o Correio, Dira Paes fala sobre a criação da Pasárgada.
Entrevista/Quatro perguntas para Dira Paes
Como foi a decisão de sair da câmera e dirigir?
Acho que foi um conjunto de situações que realmente me fez decidir que iria fazer um projeto, do início ao fim, participando de todas as etapas. O isolamento da pandemia permitiu-nos pensar na vida, decidir sobre os nossos conhecimentos e propósitos. Eu e o Pablo (marido da Dira e diretor de fotografia) tínhamos vontade de fazer um projeto juntos. Não imaginávamos que a pandemia demoraria tanto, então, quando percebemos que duraria um pouco, conseguimos ter certeza que queríamos fazer um projeto. Então, a partir daí, pensei nisso, diariamente, me levando até onde estamos agora.
Como foi ser diretor de um filme onde você é protagonista?
É uma dinâmica curiosa, contei muito com o Pablo diante das câmeras e, principalmente, nas cenas em que fiquei sozinho. É como se eu soubesse que é bom, você sente que é bom e mesmo agindo como seus colegas, você sente que é bom. Há uma esquizofrenia dentro de nós que parece que existem dois cérebros que se organizam naquele momento. Eu acho que sendo ator você já tem essa antena, que você está vendo tudo e finge que não está vendo nada.
Quais foram as inspirações para o início do roteiro?
O roteiro vem da observação de pássaros, os pássaros começaram a me chamar muito a atenção, na sua liberdade durante a pandemia. Eles eram os únicos que faziam barulho lá fora. Tivemos a ideia de uma observadora de pássaros que é uma mulher madura, uma mulher solitária, numa profissão solitária e silenciosa. Quando fiz a pesquisa vi que o terceiro maior tráfico do mundo é o tráfico internacional de animais silvestres, encontrei o gancho da história…
O filme é muito focado no som e no silêncio do personagem. Como foi trabalhar com essa dualidade na personalidade de Irene?
Eu queria esse simbolismo, essa metáfora dessa mulher que precisa voltar para dentro de si, então ela penetra naquela floresta, ela mergulha naquele rio, no feminino. Aquela mulher está necessitada, talvez, dessa transição que é a maturidade feminina e é uma mulher desalinhada, que percebe que existe um lugar onde ela pode se reconectar com sua essência. Acho que o filme levanta a importância de estar em harmonia com a natureza para sobreviver.
Como nossos vizinhos
Outro filme nacional também chega aos cinemas amanhã. Continuamos iguais, dirigido por Paulo Nascimento, é um thriller político com atuações de Edson Celulari, Carol Castro e Lucas Zaffari. O filme é baseado em uma história real e retrata brasileiros que se abrigam na Embaixada da Argentina no Chile, fugindo do exército chileno. Gabriel (Lucas Zaffari) foi enviado por seu pai Fernando (Edson Celulari) ao Chile para fugir da ditadura no Brasil e três anos depois se vê novamente em um regime totalitário.
O diretor Paulo Nascimento se inspirou em seu próprio filme In Your Name, de 2010, que conta a história de Boni Garcia, exilado no Chile. “Boni contou essa história de como morou 42 dias dentro da embaixada argentina, em 1973. Fiquei impressionado com aquela história, só pensei nisso”, comenta o diretor. “É um filme que fala muito aos jovens de hoje, sobre esta memória de um tempo violento que aconteceu não há cinco séculos, foi muito recentemente. Precisamos manter essa memória bem viva para que isso não aconteça novamente, temos que cultivar isso sempre porque precisamos entender o que significa viver com medo, destaca Paulo sobre a importância do filme.
Duas perguntas para Edson Celulari
O que fez você se apaixonar pelo papel?
Cada vez mais na minha carreira, vislumbro o que me emociona, a história que será contada e o que essa história significa para o público de hoje. Acho que não dá para fazer um trabalho e se separar dessa realidade brasileira. É esse momento pós-pandemia que leva o público ao teatro e aos cinemas. Este filme é importante sobre os perigos da violência nestes regimes fortes. Atravessámos uma época em que a democracia foi colocada contra a parede e penso que é importante vermos o quão violentos são alguns regimes, para preservar a memória.
Seu personagem e o de Lucas Zaffari apresentam uma dualidade na tela. O que mais se destaca na história em relação aos personagens?
O pai, ao longo do filme, luta para defender o filho e isso é lindo. Ao mesmo tempo, ele pisa em ovos o tempo todo porque se trata de um regime militar, embora seja quase um colaborador do governo. Esse conflito entre filho e pai leva a história do filme para esse cenário de instabilidade e medo. Sempre há aquela dúvida se eles conseguirão sair ou não. Tudo isso se reflete dentro da embaixada e traz à tona o tema dos negócios na ditadura, pouco mencionado nos filmes desses períodos.
Carros humanizados
Ricardo Dahen
Uma franquia com investimentos superiores a US$ 1 bilhão e faturamento em torno de US$ 5,3 bilhões: essa é a trajetória da adaptação cinematográfica de filmes derivados da linha de brinquedos Hasbro que combina carros com reações e comportamentos humanos. Já com oito títulos, esse universo impulsionado pela animação de 1986 chamada The Transformers: o filme caminha para sua nona investida, com Transformers: o começo, lançado oficialmente hoje no Brasil.
No último fim de semana, porém, mais de 50 cinemas brasileiros exibiram o novo filme, numa prévia que rendeu R$ 1 milhão de bilheteria. O novo filme conta, no Brasil,
com dublagens de Klebber Toledo, Rômulo Estrela e Camila Queiroz. No exterior, os personagens foram dublados por talentos como Laurence Fishburne, Brian Tyree Henry, Scarlett Johansson e Chris Hemsworth.
A trama trata de quando os carros humanizados estavam longe da Terra como destino. Ao custo de US$ 75 milhões, o diretor Josh Cooley (Toy Story 4) faz uma verdadeira
crise energética, quando Optimus Prime e Megatron ainda eram jovens e não tinham divergências. Ambientado no cotidiano da sociedade Cybertron, o filme incorpora personagens como Elita-1 e Bumblebee, num momento que antecede as desavenças entre o líder do
Autobots, Optimus e o malvado representante da facção Decepticon, Megatron.
Numa linha diferente da estabelecida pelo produtor e diretor Michael Bay, ligado ao universo Cyberton desde 2007, o novo filme segue o modelo de animação. Quase atingindo a maioridade, a franquia estreou nos Estados Unidos com faturamento de US$ 39 milhões. O número é bem inferior ao de Transformers: o despertar das feras que, em 2023, teve bilheteria de US$ 439 milhões. Ainda chamados de Orion Pax e D-16, os joviais carros servem como mineiros de casta inferior em minas de energia que em breve serão palco de batalhas opressivas.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
consultar proposta banco pan
blue site
cartao pan consignado
juros consignados inss
empréstimo banrisul simulador
cnpj bk
o que significa consigna
banco consignado
emprestimos no rio de janeiro
simulados brb
juro consignado