Hoje, o Clube do Choro será palco de um show com belas músicas do repertório brasileiro, porém, pela primeira vez, o público terá a oportunidade de ouvi-las interpretadas pelos autores. O espetáculo A Voz do Compositor reúne seis importantes nomes da composição brasileira, Moacyr Luz, Gabriel Moura, Pierre Aderne, Edu Krieger e Rodrigo Maranhão.
A partir das 21h, o público do Distrito Federal poderá ouvir e conhecer a história de músicas como Mina do Condomínio, de Gabriel Moura e Pierre Aderne, conhecida na voz de Seu Jorge, Medalha de São Jorge, imortalizada na voz de Maria Bethânia, composta por Moacyr Luz em parceria com Aldir Blanc, e Caminho das Águas, composta por Rodrigo Maranhão para Maria Rita.
O espetáculo estreou no palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e depois tocou no Vivo Rio. O objetivo é fazer uma revisão histórica da música brasileira. “Chegou um momento em que achei extremamente importante que o público em geral pudesse finalmente conhecer os compositores das músicas, ou parte das músicas, que fazem parte do inconsciente coletivo do público brasileiro”, explica Pierre Aderne, criador e membro do projeto.
Com o desejo interno e a urgência de compartilhar o processo íntimo de fazer música e mostrar quem está por trás de tantas composições do cotidiano dos brasileiros, Pierre reuniu mais cinco compositores e parceiros de estrada para compartilhar o projeto. “Nos conhecemos há décadas e com a mesma característica de termos passado grande parte de nossas vidas focando, principalmente, no ofício de escrever músicas”, afirma o artista.
Porém, não é apenas paixão e habilidade que conectam esses nomes. Para o compositor e músico Moacyr Luz, a união, o amor e o respeito entre o sexteto é um elo que possibilita um trabalho cuidadoso, intimista e envolvente. “É uma emoção muito grande, é compartilhar carinho. A gente torce por todo mundo, que alguém faça muito bem para que possamos receber quando chegar a nossa vez, é tudo muito lindo. carinho”, compartilha.
Além de compositores, os integrantes são músicos, instrumentistas e cantores e, por isso, criaram um formato de show em que cada um poderia tocar um instrumento diferente, participando dos arranjos e interferindo nos vocais. Ao se revezarem no palco, os artistas cantam e tocam as músicas e intercalam histórias e curiosidades sobre a obra.
Segundo Pierre, as histórias bem-humoradas e divertidas sobre o surgimento das músicas visam aproximar o público do processo de composição, desconstruindo a imagem idealizada dos artistas. “Para que as pessoas percebam que não é uma coisa muito mecânica, é algo muito mais intuitivo e inspirador”, afirma. “O concerto passa a ser algo muito mais próximo do teatro do que de um espetáculo de música, em que o público e os artistas fazem o espetáculo acontecer juntos”.
Para Moacyr Luz, apresentar músicas tão conhecidas na voz de quem as compõe é um desafio e, ao mesmo tempo, uma dádiva. “As vozes que cantam a nossa música são praticamente definitivas, não é? Então, procuro mostrá-las de uma forma quase rústica, para deixar interessante”, diz. “O fato de as pessoas descobrirem que aquela música é nossa é um efeito bastante surpreendente. Nossos corações estão batendo rápido.”
Apesar de, no Brasil, o show ter acontecido apenas no Rio e agora em Brasília, o desejo do sexteto é percorrer o país com uma reflexão sobre a obra de compositores e grandes cantores. “O artista vive do seu reconhecimento. A solidão da composição chega ao seu ouvido, mesmo que a música tenha sido resolvida, você já passou por muitos sentimentos. É trabalho do compositor, ele tem que colocar isso lá fora”, observa Moacyr.
Em Brasília, o grupo promete um show especial. Sem tocar na cidade há 25 anos, Pierre Aderne viveu boa parte de sua vida em Brasília, o que o formou como músico. Foi na 508 Sul Music Fair que o artista teve sua primeira experiência profissional. “É um espetáculo de resgate. Para mim será muito importante porque Brasília me tornou muito aberto e livre no campo da criação. A cidade foi muito importante na construção da liberdade em ouvir mais do que ser imperativa na criação”, destaca.
Segundo o músico carioca Moacyr Luz, Brasília é uma cidade que “nasceu para a música” e trazer o espetáculo para cá faz parte do processo de ampliação do conhecimento e de resgate da história dos próprios compositores. “Temos que abrir as portas para outros compositores e contar a história da música e do ofício de escrever músicas”, acrescenta Pierre.
Além do show, o grupo está gravando um documentário nas cidades que recebem o show e em uma casa onde o sexteto morou durante o projeto. Previsto para ser lançado no próximo ano, o filme será exibido nos cinemas. “Somos apenas o bruto inicial para essa conscientização por parte do público e da indústria de pensar que sem o compositor não existiriam músicas para cantar do artista que você gosta”, finaliza Pierre.
Além de despertar a consciência do público e a esperança dos compositores, Moacyr Luz espera que com A Voz do Compositor o povo brasileiro volte a acreditar na música criada no país, quebrando a ideia de que já não se faz música como antes. “Existem muitos músicos fazendo música com a mesma qualidade de outras gerações, mas precisamos acreditar. O Brasil precisa acreditar no seu compositor, na música brasileira de todos os ramos, de todos os estilos. É isso que espero”, enfatiza.
*Estagiário sob supervisão de Severino Francisco
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