André Luiz Frambach tinha apenas 8 anos quando estreou no teatro e, dois anos depois, chegou à TV, dando vida a um personagem biográfico no especial Por toda a minha vida dedicado ao cantor Leandro, da dupla com Leonardo. Embora tenha iniciado sua carreira artística ainda criança, trabalhando em TV — novelas Duas caras (2007), círculo de pedra (2008) e paixão (2010) —, o jovem ator sentiu necessidade de fazer uma pausa para que a transição de criança para adulto pudesse fluir.
Ao atingir a maioridade, o menino voltou ao audiovisual, aos 18 anos, na novela A lei do amor (2016). E ele nunca saiu. Fez uma novela bíblica na Record em 2017, protagonizou uma temporada de Dar certo (2018), um dos quatro filhos de Glória Pires morava em Éramos seis (2019), surgiu como o jovem galã de Rosto e coragem (2022), fez a série Temporada de verão da Netflix, gravou três filmes com a esposa, Larissa Manoela, e agora é um dos destaques da reta final de Em Rancho Fundo. O aquariano de Niterói (RJ) cresceu, apareceu e hoje, aos 26 anos, com 18 anos de carreira, é uma das maiores promessas da dramaturgia.
Confira a conversa exclusiva do ator com Correspondência.
Entrevista | André Luiz Frambach
Você iniciou sua carreira artística ainda criança, aos 8 anos, na Globo. Como ser ator infantil afetou sua infância?
De jeito nenhum. Sempre soube compartilhar muito bem e, graças a Deus, sempre tive uma família que fez questão de manter viva a minha infância e do meu filho o tempo todo. Depois, de manhã, era a escola durante a semana; à tarde estava gravando; e nos finais de semana era sempre brincar na rua onde eu morava, em Niterói, que era uma rua sem saída e todo mundo sempre brincava na rua. Então, sempre tive tudo muito bem dividido, tempo para estudo e trabalho — o que, naquela época, também era muito divertido para mim. Não tem como dizer que eu via isso como um trabalho completamente, porque eu era criança e, mesmo sendo muito comprometido, muito focado em tudo que fazia, era muito divertido para mim. Então, sempre dividi muito bem cada momento da minha vida, não só dividido por mim, mas também pela minha família, que soube separar e valorizar muito bem cada momento de cada etapa da minha vida para que eu não perdesse qualquer coisa.
O grande boom da sua carreira certamente veio com Dar certo. Quão importante você acredita que esse produto foi para os jovens talentos e também para os adolescentes brasileiros em geral?
Acredito que Dar certo Realmente foi uma grande porta que a gente teve em rede nacional para revelar os jovens artistas, porque era uma linguagem adolescente, que conectava com os jovens, e os jovens têm um grande poder de massa, para poder realmente se conectar com as pessoas, com os artistas . E eu acho Dar certo trouxe essa conexão entre os jovens de se espelharem, de se verem naqueles personagens em relação aos casais, em relação às amizades, em relação aos grupos, sejam os grupos musicais que eles tinham em Dar certosejam grupos esportivos, acadêmicos. Dar certo Retratou muito do que os jovens vivenciam na escola, faculdade e ensino médio. Portanto, acho que houve uma força muito grande em relação a essa expansão de artistas que começaram em Dar certo e conseguiram firmar uma carreira longa e próspera, pois já possuem um grande público os admirando e acompanhando, e isso também tem muita força para o trabalho acontecer.
Em Éramos Seis, você interpretou um dos filhos de Glória Pires. Como foi essa troca com o veterano?
Glorinha é um exemplo de mulher, de ser humano, de artista. Ela ensina muito sem querer ensinar. Ela não é aquela pessoa metódica que quer mostrar o quanto sabe. Pelo contrário, ela é muito fechada, muito carinhosa, carinhosa, acolhedora, não só com o elenco, mas com toda a equipe. Ela é aquele tipo de pessoa que ensina pelo exemplo, aprendi muito com ela. E ela também deixou claro o quanto aprendeu conosco, porque ser artista é isso: uma eterna troca. Um aprende com o outro o tempo todo, mas claro que estamos falando da Glória Pires, tenho certeza que é muita coisa, mas não tem comparação com o quanto eu realmente chupei dela, o quanto eu a observei. Mudei com ela na cena para poder realmente entender a história, a personagem. Ela realmente é uma atriz muito inspiradora, uma mulher incrível. Glorinha é um gênio.
Rosto e coragem trouxe você à posição de galã da televisão, marcando oficialmente uma transição em sua carreira. Como você lidou com essa nova realidade?
Costumo dizer que cada personagem tem a sua coisa, sejam eles protagonistas ou não, porque, para mim, eles são sempre protagonistas, porque são os protagonistas da minha história. Cada personagem que interpreto é meu protagonista naquele momento, seja maior ou menor, para mim são sempre protagonistas, protagonistas maus, protagonistas bons, independentes, são sempre protagonistas. E Rosto e coragem Era outro personagem que tinha esse viés, um pouco mais de ser um esportista, consequentemente tendo um físico mais bonito, mais arrumado, e isso chamou a atenção para essa beleza. Fico feliz que as pessoas me achem bonita, mas não é algo que procuro na minha carreira, ser um galã ou apenas interpretar papéis bonitos. Pelo contrário, procuro sempre desafios, e os desafios são sempre personagens que me diferenciam do André.
O que o público pode esperar deste novo personagem, que entra em cena Em Rancho Fundo?
O público já vê como Em Rancho Fundo É lindo, um romance que encanta, muito lúdico, mas, ao mesmo tempo, muito real. E é isso que fascina, porque falamos da vida, do dia a dia, de como é, mas ao mesmo tempo de uma forma lúdica, de uma forma linda, de uma forma fantástica. Uma equipe linda, um elenco muito talentoso, com quem temos o prazer de trabalhar, todos muito dedicados, estudiosos, o que é realmente muito importante para a gente ver na televisão e na cultura de hoje, para a gente ver gente capaz, gente que estuda, pessoas que há muito se esforçam para conseguir um emprego e se estabelecerem no drama televisivo ou como artistas. Nessa trajetória final do romance entra Elias, e posso dizer que ele é um personagem três em um. Então, muita coisa vai surgir e você só vai entender assistindo a novela, mas muitas, muitas surpresas virão.
Você e sua esposa, Larissa Manoela, se conheceram durante as filmagens de um filme e estrelam outros projetos juntos. Como é a cumplicidade desse casal no trabalho?
Ah, eu e a Lari sempre fomos grandes parceiras. Desde o dia em que nos conhecemos na prova, tivemos uma troca profissional maravilhosa. Então, quando fizemos Modo aviãotivemos uma troca incrível como profissionais, na preparação ao longo do projeto, criamos realmente um carinho muito grande um pelo outro, uma admiração como seres humanos e como artistas, e isso, anos depois do projeto, desenvolvemos também uma admiração galera. Começamos a nos envolver, conseguimos nos relacionar e admirar ainda mais não só o artista e aquela pessoa no trabalho, mas também o ser humano fora do trabalho, no dia a dia, com seus propósitos, com seus sonhos, com suas escolhas. E isso refletiu no nosso casamento, no nosso relacionamento. É sempre muito bom poder trabalhar com ela, ela é uma atriz maravilhosa, me inspira muito, super estudiosa, dedicada, que naturalmente me encanta com seu brilho e toda sua dedicação e comprometimento. Larissa Manoela não é Larissa Manoela à toa – e todos os dias a Lari não é Lari à toa. Não foi à toa que a escolhi para casar, para partilhar a vida e para construir a nossa família. E é lindo poder trabalhar com pessoas que amamos. É o nosso terceiro filme: Modo avião, diz e Traição entre amigos. É muito bom poder ter essa interação com ela porque além de ser minha esposa, além de ser minha companheira, minha amiga, ela também é atriz, que só de estar ao seu lado você já aprende, você já absorve muito dela. Poder ter uma mulher como ela ao seu lado é muita sorte.
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