Artista brasiliense Allan Massay é um dos quatro finalistas do prêmio de música Hyundai agita o progressoorganizado pela Hyundai e Universal Music Portugal. Entre os mais de 1.200 inscritos, ele é o único brasileiro classificado para a última fase, que será decidida por votação pública.
“Este é um prémio nacional, com pessoas de todo o Portugal a inscreverem-se. Precisava de enviar uma música inédita”, explica Allan Massay, em entrevista ao Correspondência.
Nascido em Brasília, o músico afirma que mesmo estando há quase três anos longe do Brasil, tem sentido o apoio do povo brasiliense. “Eles continuam ouvindo minhas músicas e acompanhando toda a minha trajetória até aqui. Nessa votação, Brasília está fazendo toda a diferença. Tem várias pessoas fazendo campanha para tirarmos a praça”, afirma o artista.
Os pais de Allan, Gilberto Lima, 56, e Margareth Santos Moreira, 60, são grandes fãs e maiores apoiadores do músico desde a infância.
Para Gilberto, tudo começou quando Allan tinha seis anos. “Ele era pequeno, tinha seis anos, e levou o piano de brinquedo da irmã. Cheguei de viagem, o rádio estava tocando, e ele falou ‘pai, pai, olha aqui’. . tocando no rádio, ali mesmo. Aí eu achei, assim, surpreendente eu mudei de estação, fiz isso umas três vezes, de ouvido, a gente comprou imediatamente um teclado grande (para o Allan)”, compartilhou seu pai, que diz que o próximo passo foi o violão. “A base para qualquer músico”, acrescenta.
O artista atualmente segue carreira solo, mas já foi integrante da Banda Massay, que tinha “um toque mais rock, pop rock”. A banda ainda fez um show internacional no festival Optimus Alive, um dos maiores encontros de Portugal. Eventualmente a banda se desfez, mas Allan continuou, “montando outra banda, menor, com outro estilo”. “Não durou muito, então ele seguiu carreira solo”, explica Gilberto.
Há mais de dois anos que Allan está em Portugal, pela carreira, mas também por amor: a sua noiva, Sharlynn de Jongh Martins, que foi para Portugal fazer mestrado em Direito.
“Ele realmente começou do zero, jogando quase de graça aqui e ali, é como se estivesse começando a carreira inteira”, disse o pai. Em dois anos e meio, a carreira de Allan cresceu, a tal ponto que a música Mais amor do músico para ser interpretada na abertura do jogo da selecção portuguesa, em Junho deste ano. “Ele está fazendo uma carreira muito bonita lá”, elogiou Gilberto.
Além de Portugal, Massay também tem uma forte ligação com Cabo Verde, país que conheceu através da música. “Ainda não estive em Cabo Verde, mas apaixonei-me pela música de lá. Tanto que comecei a incluir participações cabo-verdianas nas minhas músicas e estou a estudar Kriolu (língua nacional de Cabo Verde)”, revela. .
Ainda faltam algumas semanas até o vencedor do prêmio Hyundai arrasa no progresso é conhecido, mas Allan afirma que independente do desfecho, planeja lançar uma sequência de músicas. “(As músicas) já estão produzidas, algumas (com participação) de nomes que admiro na Lusofonia (de língua portuguesa).”
O prêmio
Além de Allan, os outros três finalistas são a cantora Maria Fernandes, com As escolhas de DeusCatarina Lima, com O que você nuncae Lucas Fraga, com Progenitor.
O vencedor será decidido com base em votação aberta ao público até o dia 27 de outubro, no site da premiação.
“Nessa votação, Brasília está fazendo TODA a diferença. Tem várias pessoas fazendo campanha para tirarmos a praça”
Allan Massay em entrevista ao Correio
O vencedor do prêmio terá a possibilidade de assinar contrato com a UMP para gravação e lançamento de single em plataformas digitais de streaming, incluindo produtor, tempo de estúdio, músicos, designer, entre outros recursos.
Confira o último lançamento da cantora, Mamacitacom o artista SAUD:
Leia a entrevista completa Correspondência com o artista brasiliense Allan Massay:
Como foi o processo de seleção para o prêmio? Hyundai arrasa no progresso e o que significa para você estar entre os quatro finalistas?
Este é um prémio nacional, com candidaturas de pessoas de todas as partes de Portugal. Eu precisava enviar uma música inédita. No começo pensei que realmente não daria em nada, o que me fez adiar para o último dia de inscrição para minha etapa. Mas quando vi acabei sendo um dos selecionados para a semifinal. Foi uma sensação como: Droga! Esta poderá ser uma oportunidade única para eu poder entrar de uma vez por todas no mercado musical português. Se me selecionaram é porque tenho chance, então vamos lá!
Fui o vencedor da segunda etapa da semifinal, que selecionou 10 artistas e apenas um foi para a final. Todo o apoio que recebi da comunidade lusófona, principalmente portugueses, brasileiros e cabo-verdianos, foi surreal.
Quais aspectos do seu trabalho você acredita que mais chamaram a atenção do júri e o levaram a esta fase final?
Acredito que o júri realmente só levou em consideração a música. Muitos concursos acabam medindo número de seguidores e engajamento, mas acho que nesse caso eles valorizaram muito a composição, o que me deixou ainda mais feliz por ser finalista.
O que essa indicação a um prêmio dessa magnitude significa para sua carreira, principalmente em uma competição internacional?
Vejo tudo isto mais como uma oportunidade de me estabelecer no mercado lusófono. Vim para Portugal com a intenção principal de me integrar. Há 10 anos morei em Moçambique e me encantei com a variedade cultural da língua portuguesa, que infelizmente é pouco acessada no Brasil. Chegar até aqui num prémio como este para mim é uma forma de dizer: Olha, mercado português! Sou um artista que merece sua atenção. Vamos trabalhar juntos!
Você sente que há algo único no cenário cultural de Brasília que você traz para o seu trabalho?
Sem dúvida! Brasília é minha base e sempre fui um defensor de que nossa cidade vai muito além de ser uma capital política. Temos grandes artistas que são disruptivos. E que, infelizmente devido a alguns hábitos regressivos como uma lei do silêncio mal planeada, têm que nadar muito mais contra a maré para cumprirem a sua missão cultural. Tudo isso me endureceu e me ajudou a construir a pessoa e o artista que sou hoje.
Você fala muito sobre Portugal e Cabo Verde nas suas redes sociais. Como essas experiências internacionais influenciaram seu processo criativo e sua música?
Portugal é um centro cultural de língua portuguesa. Apesar de ser um país pequeno, a diversidade cultural da língua portuguesa acaba sendo muito concentrada, principalmente aqui na capital, Lisboa. Aqui tenho a honra de interagir diariamente com diversas pessoas de diversos países. O que me transformou. Adoro Portugal! É um país que você lentamente aprende a amar. Sinto que tenho conseguido cada vez mais conquistar o meu lugar, sempre com respeito e pés no chão.
Cabo Verde é uma paixão que surgiu após a minha mudança para Portugal. Passei a ter mais acesso às músicas desse país e me encantei! O que me levou a criar diversos conteúdos nas redes sociais que ultrapassaram milhões de visualizações. Mas mais do que números, senti uma ligação muito forte com as pessoas. Hoje tenho estudado Kriolu (a língua mais falada lá) e incluí contribuições cabo-verdianas em algumas das minhas músicas. Mas, curiosamente, ainda não estive lá.
Quais são os seus próximos passos após o Hyundai Rock The Progress Awards, independentemente do resultado?
O meu foco neste momento é estabelecer-me realmente no mercado português. Como estrangeiro acabo tendo alguns desafios em relação à aceitação. Mas sinto que cada vez mais estou me encontrando e conseguindo de fato encontrar meu espaço.
Independente da competição, já planejei o lançamento de uma sequência de músicas que já foram produzidas. Alguns com aparências de nomes que admiro na Lusofonia.
Que mensagem você quer passar aos torcedores brasilienses?
Mesmo estando longe do Brasil há quase 3 anos, senti um apoio maravilhoso do povo de Brasília. Que continuam ouvindo minhas músicas e acompanhando toda minha jornada até aqui. Nesta votação, Brasília está fazendo TODA a diferença. Tem várias pessoas fazendo campanha para tirarmos a praça.
Tenho muito orgulho de ser brasiliense e sempre levarei isso comigo.
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