A dimensão humana do mito: o Super-Homem revisto por si mesmo

Crítica // Super/Homem: A História de Christopher Reeve ++–++–++–++–

A profundidade e a sinceridade do astro de cinema retratadas no documentário da dupla Ian Bonhôte e Peter Ettedgui são o eixo mais firme, ao lado do amor pelos filhos e pela esposa Dana, por uma trama que parece ficção ou pesadelo. Uma espécie de menino pobre e rico, de famílias paternas e maternas problemáticas, Reeve foi para o circuito off-Broadway, aderiu a causas ambientais e de direitos humanos, tornou-se uma estrela de Hollywood, fez filmes independentes e parou, em 1995, no Instituto Kessler. (EUA), em 1995, onde comprovou a magia da recuperação de uma queda de cavalo que poderia ter sido fatal. Ficou tetraplégico e não desistiu de lutar pelas comunidades com deficiência e em favor de pesquisas como as células-tronco.

Condensar toda esta odisseia comprova a capacidade do editor do filme, Otto Burnham, outro homem corajoso, juntamente com os filhos de Reeve (Will, Matthew e Alexandra), que entregam testemunhos comoventes, desde estados de negação vividos até segredos para união extrema.

Os antecedentes dos quatro filmes (Superman) que mudaram tudo estão no filme. Humanidade, respeito e amizade, além do enorme esforço de Reeve (com sua trágica queda) preenchem a fita. Discursos autênticos, feitos com alegria e esperança, igualmente. Como Dana; A primeira companheira Gae Exton desvenda muito do lado não só romântico de Reeve.

O filme registra vitórias como os menores movimentos musculares e mostra o compromisso do astro em ajudar dezenas de milhões de pessoas com deficiência.

Projetos em que Reeve esteve envolvido, como os filmes Sem suspeita (1995), Armadilha selvagem (1997) e Janela traseira (1998), além da peça Quinto de julho (com Jeff Daniels), teve relevância para outras pessoas marginalizadas. Além de imprimir arte em defesa da composição do Superman, Reeve surpreende com a franqueza ao falar sobre sua vontade de fazer sexo com Dana, e até de poder jogar bola com o filho.

Além de curiosidades como a de que Neil Diamond e Arnold Schwarzenegger aspiravam ao papel recusado por Robert Redford (eternizado por Christopher), o filme traz fatos interessantes como o de que o pai de Reeve, Franklin, comemorou a conquista do filho, em Hollywood, pensando que foi uma adaptação de uma peça de Bernard Shaw Homem e Super-Homeme também o fato de ter sido David Prowse (Darth Vader) o responsável pelo treinamento para o papel. Vale também a informação de que Reeve, piloto na vida real, cruzou o Atlântico duas vezes. Por fim, em uma das cenas mais expressivas, vale destacar que Reeve chama a filha: “Carpe diem”. Assistir a este documentário garante em parte esta vontade de “aproveitar o dia”.

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