O filme JK – um cometa no céu brasileiro, da diretora Maria Maia e produção da TV Senado, estreia neste sábado (25/5) no Cine Brasília. O documentário conta a história de vida do presidente Juscelino Kubitschek desde a infância sem pai em Diamantina (Minas Gerais) até sua morte suspeita em um acidente de carro, aos 72 anos.
A obra traz entrevistas com Celso Furtado, Oscar Niemeyer, Maristela Kubitschek, Vera Brant e Carlos Heitor Cony, entre outros. Retrata a iniciação de Juscelino como figura pública e as implicações como político na época da ditadura militar.
A importância histórica de JK para o Brasil foi o que inspirou o diretor a fazer um filme sobre o símbolo político. Apesar de seu passado difícil, conseguiu se destacar como um dos maiores estadistas do país. “Ele é uma pessoa que veio da pobreza, perdeu o pai aos dois anos, a mãe era professora primária, ele vivia com muita dificuldade. Ele e a irmã Naná andavam descalços quando crianças, não tinham nem sapatos”, conta Maria.
Ainda jovem, Juscelino foi para Paris especializar-se em medicina com muito esforço. No final do curso, embarcou numa viagem ao Egipto e ao Médio Oriente, onde percebeu que as condições de vida e os problemas económicos nos países do terceiro mundo eram semelhantes.
Teve então contato com a existência de um faraó egípcio que transferiu a capital do país para o interior, o que o inspirou a fazer o mesmo com o Brasil. “Ele conheceu a história do faraó lendo quando era criança. Brasília também foi construída por causa desse sonho antigo dele. Ele utilizou, como ele mesmo diz, técnicas de engenharia dignas do século XX”, afirma o diretor.
As escolhas das entrevistas complementam a história do presidente e da construção de Brasília. Niemeyer e Furtado ainda estavam vivos na época e foram pessoas que inspiraram e ajudaram JK na idealização da capital.
“Niemeyer já trabalhava com ele desde que JK era prefeito de Belo Horizonte e o convidou para fazer o paisagismo da Pampulha ao lado de Burle Marx. Foi a mesma equipe que ele utilizou na construção de Brasília. A entrevista com Furtado revela que o Brasil, na época de JK, tinha um índice de desenvolvimento econômico muito elevado. Ele realmente chegou aos 50 anos em 5”, diz Maria.
O filme mostra a entrada de Juscelino na política ao ser nomeado assessor de Benedito Valadares e sua mudança de carreira da medicina para a política. Entrou muito cedo na área e passou por vários grandes momentos da história do país.
“O aspecto do JK que venceu na política é que ele foi um homem que, ao mesmo tempo que trabalhava muito, também mostrava um lado social no contato com o povo. Gostava de festas e de música, era uma pessoa completa. Durante a construção de Brasília, todos os dias ele pegava um avião do Rio de Janeiro até a nova capital para acompanhar pessoalmente as obras”, conta o diretor.
Maria espera que as novas gerações conheçam essa gigantesca figura brasileira por meio de sua obra cinematográfica, que continua tão importante para a memória do país e da cidade.
Serviço
JK – um cometa no céu brasileiro
Direção: Maria Maia. No sábado (25/5), às 20h, no Cine Brasília
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel
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