O Mês da Consciência Negra ganha cada vez mais notoriedade. A data, 20 de novembro, hoje é feriado nacional e comemorado em todo o país. Em Brasília, o evento Concerto Negro abre as festividades, neste fim de semana, no Complexo Cultural Ibero-Americano, com shows para o público da capital, num misto de popular e erudito.
O evento tem produção de Beco da Coruja e curadoria do maestro Fabiano Medeiros, em homenagem ao mês da luta pelo respeito à ancestralidade africana. O objetivo é destacar a riqueza cultural daquele continente e como ela influenciou a música brasileira. Desde o início, a ideia do Concerto Negro foi exaltar o cancioneiro afro-brasileiro e integrar a música erudita e popular, desde óperas até ritmos locais.
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Os escolhidos para o projeto foram Martinho da Vila e Lia de Itamaracá. Ambos serão acompanhados pela Orquestra Zumbi dos Palmares, regida pelo maestro Leonardo Bruno. “Revisitar o cancioneiro afro-brasileiro com esses nomes traz uma mensagem forte e verdadeira. É um retrato da alma do nosso povo, vindo dos sentimentos dos nossos antepassados”, destaca o maestro Leonardo Bruno, que acrescenta que Martinho e Lia cantarão seus próprios sucessos, mas também faixas antigas que fazem parte da história da música brasileira. Dhi Ribeiro e Família Alcântara Coral também são atrações nas duas noites.
Segundo o maestro, o trabalho dos músicos e cantores da orquestra interage, trazendo uma nuance única às músicas que ali serão executadas. “A orquestra é um recurso precioso de muita beleza e emoção técnica, que carrega com amor a mais pura essência da música dentro de cada um de nós”, destaca.
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Martinho da Vila e Lia de Itamaracá também destacaram ao Correio a importância e relevância que o espetáculo tem, como se sentem cantando com orquestra e a relação com a origem e ancestralidade da música negra.
Entrevista //Lia de Itamaracá
Como você vê a importância de um evento no centro da capital do país celebrando a música negra e a sua carreira?
Sinto-me muito feliz e maravilhado com esta homenagem. A música negra, a música dos mestres da cultura, é a música do Brasil. A verdadeira música do Brasil é feita pelos negros, é o samba, o coco, o maracatu, a ciranda. São todas músicas que vêm dos negros, dos trabalhadores negros, como a ciranda, que é música de pescador. Então é muito bom estarmos na capital do país cantando essas músicas antigas que falam da nossa terra, do nosso povo.
Na sua opinião, como a revisitação do cancioneiro afro-brasileiro traz uma mensagem para os dias de hoje?
A mensagem é que ainda estamos aqui. Viva, forte, é uma conexão que nunca terá fim. Essa cultura que a gente trouxe veio com o povo negro da África para o Brasil. Algumas, como a própria ciranda, foram influenciadas por Portugal. Mas a cultura do Brasil tem uma ligação com a África, nossa mãe. Então a mensagem é que precisamos respeitar o berço da nossa cultura, e assim respeitar as pessoas que representam esta cultura, o povo negro deste país.
Qual é a sensação de poder ouvir sua música em forma de orquestra?
Tive uma experiência recente cantando com orquestra, em um show em Conceição da Barra, no Espírito Santo. Também cantei ao som do piano, com Jon Batiste, e foi lindo. Então, sei que será muito lindo e emocionante.
Há anos Brasília é uma cidade que abraça. Como é a sua relação com a capital?
Venho aqui sempre e adoro isso. Vim há muitos anos, acho que foi em 2004, para receber a medalha da Ordem do Mérito Cultural do presidente Lula e do ministro (Gilberto) Gil. Cantei naquele dia, todo mundo formou uma roda, foi lindo. E continuei voltando. Brasília, me espere, estou indo!
Entrevista // Martinho da Vila
Como você vê a importância de um evento no centro da capital do país celebrando a música negra e a sua carreira?
É um reconhecimento. A música negra é a base da musicalidade brasileira.
Na sua opinião, como a revisitação do cancioneiro afro-brasileiro traz uma mensagem para os dias de hoje?
A canção de origem africana está repleta de ensinamentos atuais.
Qual é a sensação de poder ouvir sua música em forma de orquestra?
É emocionante. Qualquer música com um pouco de riqueza sonora pode ser transformada em uma peça orquestral.
Como é a sua relação com a capital do país?
Brasília está entre as cidades planejadas mais bonitas do mundo, com muita gente que gosta de me ouvir cantar. Me identifico com Brasília através da música.
Programação de fim de semana
Neste sábado (16/11)
Concerto com Martinho da Vila, Família Alcântara Coral, Dhi Ribeiro, Lia de Itamaracá, maestro Leonardo Bruno e Orquestra Zumbi dos Palmares
Horário: 20h
Local: Complexo Cultural Ibero-Americano
Domingo (17/11)
Concerto com Lia de Itamaracá, Família Alcântara Coral, Dhi Ribeiro, Maestro Leonardo Bruno e Orquestra Zumbi dos Palmares
Horário: 19h
Local: Complexo Cultural Ibero-Americano
Concerto Negro
Neste sábado (16/11) e domingo (17/11), no Complexo Cultural Ibero-Americano (Eixo Monumental). Hoje e amanhã às 20h e domingo às 19h. Entrada gratuita. Avaliação indicativa gratuita
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