De certa forma, é a curiosidade pelos materiais e pela atratividade das formas e composições que norteia as duas exposições expostas na Reference Galeria de Arte. Na galeria do térreo, Samantha Canovas mostra Barafunda, resultado de uma extensa pesquisa que mescla pintura e arte têxtil. Na Galeria Acervo, no Subsolo, Marcelo Camara reúne imagens coletadas ao longo dos anos e ideias para composições de pinturas e desenhos de Num Relâmpago.
Barafunda é uma palavra antiga que tem a ver com bordado, costura e agulhas, embora o primeiro significado que vem à mente geralmente seja caos, bagunça. No mundo dos fios e dos tecidos, o baffling é uma forma de costura que imita a renda. Samantha Canovas gosta de ambas as definições. Todas as obras expostas na Referência foram realizadas em 2023 e 2024, mas a artista há muito se dedica à pesquisa da arte têxtil. “Essa pesquisa me levou a lugares para entender esses materiais e esta exposição é uma tentativa de reunir esses conhecimentos. Quero explorar esse mundo de possibilidades, técnicas e materiais dentro da arte têxtil”, afirma a artista.
Samantha mistura tecidos e pinturas. Existem telas, mas também há crochê, bordado, pelúcia e outras técnicas. “Isso me permite grande liberdade de experimentação para este trabalho”, diz ela. E também há escritos, textos que trazem um pouco do humor do artista para as obras.
O interesse pelo material surgiu com a observação da própria pintura que, de certa forma, também é matéria têxtil. “Na pintura, percebi que o que mais me interessava era essa relação entre o material. O têxtil nasceu desse contato com o material, trabalhando com esse material”, garante Samantha, que sempre se interessou pelo fato de o têxtil a arte é relegada a uma subcategoria da arte. “Os cânones da arte são a pintura e a escultura. Os têxteis, por essa associação com o feminino, têm se posicionado como se fossem artesanatos. Como artista contemporânea, ela quer dar outra visibilidade, dialogando com os cânones”, explica.
Em Num Relâmpago, Marcelo Camara reúne também a produção mais recente. Quase todas as pinturas foram produzidas este ano, assim como as duas séries de desenhos. O artista utiliza imagens de referência da história da arte para realizar pinturas nas quais explora a abstração, o gesto, a relação com o corpo e o movimento. Eventualmente, Câmara permite um pouco de figuração, uma forma de intrigar o espectador e fazê-lo mergulhar na pintura. “Como uma imagem que quer ser desvelada, mas não é para ser lida, é mais a sedução de ver a imagem, de se sentir atraído e de explorá-la com o olhar. pintar de uma forma diferente”, alerta o artista.
Marcelo não se concentra em períodos específicos da história da arte. O critério para as imagens que mais tarde inspirarão as pinturas é a sua capacidade de atração. “Uso uma variedade de imagens mas me atrai muito, gosto muito de olhar para esse legado da história da arte e da pintura, principalmente pintura de séculos atrás, mesmo que hoje não tenhamos uma compreensão muito clara do significado já aconteceu em outros tempos”, explica.
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