O filme Feliz Ano Velhogrande sucesso da década de 1980 dirigido por Roberto Gervitz e inspirado na obra autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, entra em cartaz nesta quinta-feira (12/05) no Cinesystem da Casa Park, no Guará.
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Com o enorme sucesso de Eu ainda estou aquide Walter Salles, aumentou o interesse do público em conhecer mais um filme inspirado na obra de Marcelo Rubens Paiva e Feliz Ano Velho oferece ao público a oportunidade de ver ou revisitar um outro lado da história da família de Eunice Paiva, desta vez, a partir da perspectiva do filho no romance autobiográfico que o lançou como escritor.
O filme dirigido por Roberto Gervitz e produzido por Claudio Kahns recebeu 8 Kikitos no Festival de Gramado, atingiu um público de um milhão de espectadores e também obteve sucesso de crítica pelo tratamento visual ousado e onírico, fruto da fotografia de Cesar Charlone (Cidade de Deus) e direção de arte de Clóvis Bueno (Pixote, Beijo da Mulher Aranha, Carandiru).
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O relançamento do filme, gravado em 35mm há 36 anos, possibilitados pela remasterização e restauração dos negativos pela empresa O2 Filmes, em conjunto com a distribuição do Cinesystem. O filme conta a história dee um jovem que cresceu nos anos da ditadura militar que, durante uma festa com os amigos da faculdade, mergulha em um lago e fica tetraplégico. No difícil processo de reconstrução e assimilação da nova realidade, ele luta entre o medo do futuro e as memórias do passado, revivendo perdas, alegrias, amizades, amores e ressignificando a própria vida.
“Feliz Ano Velho retrata uma jovem mobilizada pela democracia, algo que ela mesma não vivenciou devido à ditadura. Crescemos com o medo internalizado, lutamos contra a nossa paralisia e o nosso medo. Dessa forma o filme embora irônico em certos momentos envolve esperança algo que hoje é difícil de localizar” afirma o diretor Roberto Gervitz, em entrevista exclusiva.
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Diante do cenário político brasileiro contemporâneo, contar uma história como Feliz Ano Velho é um desafio. O plano de assassinato do presidente eleito e a tentativa de golpe de Estado ainda fazem parte dos noticiários. Gervitz fala sobre contar a história do romance de Marcelo Rubens Paiva para as novas gerações: “Espero que as novas gerações possam partilhar sentimentos comuns a todos os jovens de todos os tempos relativamente ao processo de crescimento, refletindo sobre as muitas mortes e renascimentos que vivemos ao longo da vida, pensando no amor e na amizade, para perceber que podemos escolher os nossos caminhos, mesmo nas piores situações”.
Gervitz espera que as novas gerações percebam o quão essencial é a democracia para um país e como os regimes autoritários eliminam as possibilidades de viver com algum nível de felicidade e esperança. “Mas ninguém aprende nada com um filme, aprendemos vivendo – um filme nos questiona e aberto portas para ver e sentir de forma diferente e perceber que existem vários caminhos possíveis se não nos conformarmos com o que recebemos”, diz o diretor.
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel
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