A colaboração entre Salvador da Rima, Borges, Dudu e MC Iglu pode parecer incomum para os fãs de rap e trap, mas brincar com esse contraste sempre foi o objetivo da The Box e de seu criador, Felipe Moda. A iniciativa visa unir artistas da cena para criar um cypher, termo usado no rap para descrever a colaboração de mais de dois MCs na mesma música, rimando sobre temas comuns. Esse conceito foi fundamental para que o The Box Medley ganhasse destaque em termos de visualizações. A oitava edição foi publicada na última terça-feira (26/11) e já recebeu mais de 2 milhões de acessos.
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Os resultados ultrapassaram a marca de um milhão na primeira edição, o que deu a Felipe a certeza de que, apesar dos altos custos, o plano valeu a pena. “Levei um ano para gravar o primeiro medley, calculando antecipadamente cada dólar gasto em passagens aéreas, hospedagem e equipamentos. Eu tinha uma ideia na cabeça que precisava executar. Quando percebi que havia economizado um ano para ter um vídeo pronto, foi engraçado. Ficaria feliz com 200 mil visualizações, mas em quatro dias já havíamos ultrapassado essa marca”, relata Felipe Moda. Hoje ele produz este e outro projeto que segue a mesma linha estética do funk.
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Desde a quinta edição, com Ryu, the Runner, Raffa Moreira, Sidoka e Brocasito, o grupo The Box fez parceria com a Sony Music Brasil, que também trabalhou no The Box Medley 6, formado por Lipinho, Raffé, TOKIODK e Tchelo. O produto ganhou notoriedade até em grandes festivais como o Rock in Rio e algumas premiações. O famoso cenário verde, que dá a ilusão de um camarote, foi traduzido para um dos espaços do festival e ganhou indicações ao Prêmio Multishow na categoria Melhor Funk e ao TikTok Awards na categoria Hit do Ano.
A visão de Felipe é, em grande parte, resultado de sua paixão pela música. Sempre foi um admirador de rap e fã nostálgico dos populares medleys que circulavam no Facebook há alguns anos. A vontade de ver os artistas cantando e rimando juntos ao vivo foi o que deu vida ao projeto. O criador acredita que o sucesso das edições Medley se deve ao fato de ele próprio ser fã do gênero. “Não presto atenção ao número de artistas que convido. Quero misturar MCs emergentes, quem sabe resgatar alguém que ficou esquecido e construir algo a partir desse encontro”, destaca Felipe. O interesse do público pelo projeto se deve às combinações inesperadas que só um verdadeiro especialista de mercado conseguiria reunir.
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Embora o sucesso e o bom relacionamento com os colaboradores sejam hoje uma realidade, lembra Moda, em entrevista ao Correspondênciaalgumas experiências desafiadoras. “Atualmente conto com a ajuda de André Mingau e do grupo Sony, mas no início tive que lidar com muitos desafios. As pessoas veem um milhão de visualizações no YouTube e acreditam que isso se traduz automaticamente em dinheiro; não é bem assim. Enfrentei ações judiciais que poderiam ter sido evitadas com um contrato. Fiquei frustrado com a cena e pensei em desistir, mas minha paixão pela música me impediu”, conta. Felipe acrescenta: “Olha, só percebi as glórias do meu trabalho depois do primeiro ano. O ano passado foi cheio de irresponsabilidade. Imagine um jovem que não tinha muito e vê um projeto explodir… Com o tempo você aprende, ficando mais grosso”, explica.
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel
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