Estrelado por Valentina Herszage e Caco Ciocler, O polonês é um filme que investiga as narrativas de mulheres europeias que chegaram ao país entre 1867 e a primeira metade do século XX). O filme de João Jardim chega aos cinemas em novembro e conta a saga da polonesa Rebeca (Valentina), mãe judia que chega ao Brasil fugindo da guerra na Polônia, em 1917, com o pequeno Joseph, seu filho. No Rio de Janeiro, ela vira alvo de Tzvi (Caco), dono de um bordel, envolvido no tráfico de mulheres.
Atualmente cursando Estética e Teoria Teatral, Isis Pessino já lançou Partoum livro de poesia em 2019 e planeja seu primeiro romance para o próximo ano. Sobre trabalhar no filme, ela conversou com Correspondência.
ENTREVISTA/ Isis Pessino
Como foi fazer esse trabalho que retrata a resistência de um grupo de mulheres? Você acha que esse assunto ainda é atual?
Totalmente atual. O tráfico de seres humanos ainda acontece e 80% das vítimas são mulheres. Sem falar nos números assustadores de feminicídios e estupros, e nas políticas misóginas e racistas que tornam vulneráveis as mulheres cis e trans, que acabam sujeitas à prostituição para sobreviver. O filme polonês Isso nos lembra que nossa resistência vem de longe e que ainda há uma luta pela frente. E precisamos valorizar nossas conquistas. Por exemplo, é impossível contar a história de polonês sem falar na Sociedade da Verdade, e conhecer esse movimento foi o que mais me mobilizou no processo do filme. É muito importante olhar a história através desta narrativa, para não colocar as mulheres apenas como vítimas, mas também como um coletivo organizado de agentes de transformação. É muito importante lembrar que essas mulheres se uniram para lutar por direitos. “Nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar”, frase de Brecht.
Você é a única atriz do filme que não tem ascendência judaica. Como você abordou esse universo?
Já tive algum contato com o universo judaico. Meu melhor amigo, Gabriel, é judeu e aprendi muito com ele sobre seu povo e religião, e também conversamos muito sobre assuntos atuais da comunidade aqui no Brasil. Estive nas celebrações de Pessach e Hanukkah e sempre me interessei pela história judaica. Para o filme fiz minhas pesquisas, li livros, assisti séries e filmes e também conversei bastante com as meninas do elenco, principalmente Dora, que fala iídiche e me ensinou muito. Tenho muito respeito pela história e filosofia judaica e é uma honra interpretar Helena.
Além de trabalhar como atriz, você construiu carreira como diretora de teatro. O que é mais difícil: atuar ou dirigir?
O mais difícil é responder a essa pergunta (risos). Acho que depende do projeto, da linguagem proposta. Mas na estreia da minha primeira direção fiquei muito mais nervoso do que quando estou no palco, porque senti que agora não poderia interferir em mais nada, a peça estava nas mãos dos atores, do técnico e do público . Como atriz, procuro me tranquilizar para estar presente, em estado de prontidão para o jogo. Como diretor, eu poderia ser dominado pela emoção, afinal não poderia fazer mais nada. Meu trabalho foi entregue.
Você tem mais de 20 anos de carreira artística. Quais são os seus sonhos profissionais não realizados?
Ainda faltam muitos sonhos para se realizar! Acho que o maior sonho é viajar pelo Brasil com teatro, alguma peça muito legal que me leve a conhecer nosso país incrível e culturalmente pulsante. Quero estar perto das pessoas, criar um teatro com consciência de classe. E um sonho audiovisual seria interpretar uma personagem do universo de Marguerite Duras, estou devorando todos os seus livros, totalmente embriagada pela confusa e vertical representação feminina que ela propõe.
Quais são seus próximos projetos?
Ano que vem estou no próximo filme de Murilo Salles, A vida de todosque ainda não posso dar detalhes, mas posso adiantar que é uma história intensa. Também estamos trabalhando para produzir uma terceira temporada de O ensaio vai emborauma peça que o Grupo Chão me convidou para dirigir. E estou diante do desafio, que é dirigir o solo de palhaço da atriz Lívia Feltre — já fizemos algumas apresentações em escolas municipais este ano, e ano que vem estaremos em temporada. E também vou lançar meu segundo livro, que escrevo há anos, é um romance.
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