Com quase uma década na estrada com a peça Autobiografia autorizada, Paulo Betti está de volta a Brasília para encerrar temporada nesta terça (12/10) e quarta (12/11), na Caixa Cultural. Além de encenar o monólogo em que fala sobre sua própria história, ele também lança o livro com o texto da peça, nesta segunda-feira (12/9), às 19h, na livraria Leitura (Conjunto Nacional). “Estou encerrando essa temporada da Caixa, mas vou continuar viajando pelo Brasil, levando essa peça, porque ela não vai acabar. É a mesma coisa, mas ainda tem muito espaço para eu fazer”, avisa. “Já são 10 anos de estrada, desde 2015. A peça muda muito devagar, incluo algumas cenas, retiro algumas cenas. Era 1h50 e hoje é 1h10, então estou suavizando aos poucos, mas, basicamente, está com a mesma estrutura. É a mesma história.”
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Escrito pelo próprio ator, Autobiografia autorizada É composto por 50% de comédia, 25% de drama e 25% de poesia. “Durante toda a minha vida fui alguém que escreveu. E eu fui um anotador compulsivo o tempo todo. Procurei entender a situação pela qual minha família estava passando por meio da escrita. Para escrever uma autobiografia é preciso quebrar algumas barreiras internas. Merece ser contada a história da minha vida? Não é esta uma atitude egocêntrica? Mas percebi que havia uma singularidade na minha história”, explica Betti, em entrevista ao Correspondência.
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A singularidade é o fato de ter nascido em uma senzala e ter um avô, um imigrante italiano, que trabalhava para um fazendeiro negro. “Algo que não era muito comum na década de 1950”, diz ele. “Tive uma história com alguns aspectos interessantes e isso me deu confiança para escrever a peça. Minha peça é um pouco sobre a história dos imigrantes italianos, é a história da viagem do campo para a cidade. Isso tem muito em comum com a vivência do público, quase todo mundo tem alguém que veio do interior.”
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O ator conta ainda que todo ator acaba, uma vez ou outra, com vontade de fazer um monólogo. É um desafio, mas também uma questão prática e económica, já que a agenda depende de apenas uma pessoa. “Eu tinha essa vontade”, diz ele. Uma amiga então ofereceu um texto para o monólogo, mas quando Betti leu o material percebeu que não poderia realizá-lo porque a personagem, em determinado momento, disse, em tom de brincadeira, que sua mãe tinha empregada doméstica. “Percebi que não poderia dizer isso porque minha mãe era empregada doméstica. Foi aí que percebi que precisava fazer uma peça sobre minha ancestralidade”, conta.
Serviço
Autobiografia Autorizada
Com Paulo Betti. Nesta terça (12/10) e quarta (12/11), às 20h, na CAIXA Cultural Brasília (SBS – Quadra 4 – Lote 3/4). Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia). Lançamento do livro nesta segunda-feira (19/12), às 19h, na Livraria Leitura (Conjunto Nacional)
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