Com visitas aos festivais do Desobedoc (Portugal), Festival de Cinema Lusófona (Índia) e BakuDoku (Azerbaijão), o filme Operação Angola: Fugindo para lutar dá início à programação Ciclo de Cinema, a ser exibido a partir desta terça-feira (28/ 5), no Auditório Camões (Embaixada de Portugal — SES, Av. das Nações, Qd. 801), às 18h. Com entrada gratuita, o longa-metragem é recomendado para maiores de 16 anos. O filme engloba valores também expressos nas exposições Revoluções: Guiné-Bissau, Angola e Portugal, do fotojornalista Uliano Lucas (no Museu Nacional da República) e Arte no Jardim (instalada na embaixada), com curadoria de Benjamin Weil (Centro de Arte Moderna Gulbenkian) e Marcelo Gonczarowska Jorge (Museu de Arte de Brasília).
Todos os eventos celebram o cinquentenário da Revolução dos Cravos, possibilitada pela ação dos militares da Junta de Salvação Nacional, capazes de abolir os frutos ditatoriais do partido União Nacional dos ex-presidentes António de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Estudantes das ex-colónias de Portugal, recrutados em 1961, protagonizam o filme realizado por Diana Andringa (hoje com 76 anos), jornalista portuguesa nascida em Angola e que, vencedora da Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, apresenta filmografia associada a países como Timor-Leste. Crescendo sob o escrutínio da atuação da Companhia de Diamantes de Angola, onde trabalhava o seu pai, a realizadora esteve sempre disposta a denunciar a segregação racial.
Há mais de 20 anos, Diana Andringa, funcionária da Rádio e Televisão em Portugal, na Operação Angola, lida com os revolucionários universitários dos anos 1960 que foram para França, com o apoio do Conselho Mundial de Igrejas e do Centro Internacional Cimade. No filme, realizado em co-produção entre Portugal e Moçambique, em que se destacam norte-americanos empenhados como Charles Ray Harper e Bill Nottingham, o tema central reside na fuga às garras da Pide (a Polícia Internacional e de Defesa do tão -chamado Estado Novo), que perseguiu opositores políticos do regime totalitário de Portugal.
Antigos presidentes e ex-primeiros-ministros de estados como Cabo Verde, Moçambique e Angola, incluindo Pedro Pires, Joaquim Chissano, Fernando Van Dunnen e Pascoal Mocumbi, aparecem com declarações. Com muitas entrevistas realizadas em Cabo Verde e dirigidas pelo actor angolano Miguel Hurst, a Operação Angola revela momentos de estudantes revolucionários, que, na sua rota de fuga, passaram pela Espanha franquista, sendo mesmo alvos de prisão. Vale lembrar que a realizadora foi presa na década de 1970 e tem, na sua filmografia, uma longa-metragem chamada Tarrafal (2010), que se centra na ilha de Santiago (em Cabo Verde) e nos seus sobreviventes da ilha-prisão onde foram opositores de Salazar. punido.
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