Compositor brasileiro Toninho Geraesautora do icônico samba “Mulheres”, gravado por Martinho da Vila, está no centro de uma disputa judicial contra a famosa cantora britânica Adele.
Geraes acusa Adele de plágio pela música “Milhões de anos atrás”, lançado em 2015 no aclamado álbum 25. O caso, movido em 2021, ganhou maior atenção recentemente após uma decisão judicial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que determinou a retirada da música das plataformas de streaming, por entender que a melodia da música de Adele é muito parecida com a composição. de Geraes.
O caso tomou um novo rumo após a análise do juiz Victor Agustín Cunha, que encontrou “fortes indícios de semelhanças melódicas” entre as duas músicas. Especialistas em música também confirmaram que existe uma “consonância quase completa” entre a música de Adele e “Women”.
Segundo Geraes, a introdução e vários trechos da canção “Million Years Ago” repetem notas idênticas às de sua composição, o que, segundo ele, constitui uma cópia quase completa da obra original. O compositor chegou a afirmar, em 2021, que ficou “chocado” com a semelhança: “A melodia e a harmonia são iguais. É uma cópia descarada”, disse ele na época.
Para Toninho Geraes, o caso vai além de uma simples semelhança. Ele acredita que sua obra foi utilizada de forma adequada, sem a devida autorização, e que, além da música ter sido retirada, merece uma indenização financeira pelo uso indevido de sua criação. Geraes, com apoio de seu advogado Fredímio Trotta, entrou com pedido de indenização no valor de R$ 1 milhão, além de exigir que plataformas de streaming como Spotify e Apple Music retirem imediatamente a faixa de Adele de seus catálogos.
Toninho Geraes: “Nunca se importaram comigo”
Toninho Geraes também reclamou publicamente da forma como foi tratado pelas empresas envolvidas no caso, como a gravadora Sony Music e as gravadoras XL Recordings e Beggars Group, que trabalham com Adele. O compositor revelou que tentou resolver a situação através de um acordo extrajudicial, mas que suas tentativas foram frustradas.
Em seu relatório, afirmou que as empresas negaram qualquer responsabilidade pela composição da música e se limitaram apenas à distribuição da obra. “Nunca se importaram comigo, nunca nem me procuraram para tentar encontrar uma solução”, disse Geraes, em tom de indignação.
A disputa judicial entre Toninho Geraes e Adele também levanta questões sobre direitos autorais e proteção de obras musicais, principalmente quando se trata de artistas internacionais que podem não ter a mesma proximidade com leis de direitos autorais de outros países.
O caso destaca a importância de reconhecer e respeitar as influências de uma obra musical, principalmente quando esta utiliza elementos de outra composição. O resultado desta disputa poderá estabelecer um precedente importante para o tratamento de casos semelhantes no futuro, bem como reforçar a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e ética à utilização de música de terceiros.
Enquanto o processo segue, Toninho Geraes segue firme em sua posição e segue buscando justiça pelo uso indevido de sua música. Caso a decisão seja mantida, a retirada da música “Million Years Ago” das plataformas de streaming e a indenização solicitada poderão ter um impacto significativo na carreira de Adele e nas relações de seus produtores com os direitos autorais internacionais.
Djenifer Henz – Supervisão de Marcelo de Assis
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