Aos 32 anos e comemorando 10 anos de carreira, Murilo Sampaio é o grande vilão da terceira (e última) temporada da série Sol, do Vídeo Prime. Na narrativa, ele dá vida ao traficante Colibri, que já apareceu na segunda parte da produção. “A trama gira em torno de Pedro Dom (Gabriel Leone), porém Colibri é seu principal obstáculo. Podemos dizer que entre a cocaína e a polícia, o principal obstáculo de Dom será o poder do tráfico personificado lá em Colibri, então será uma temporada muito de ação e suspense”, disse o ator ao Correspondência.
No streaming, artista baiana está no elenco da aguardada novela Guerreiros do Sol, do Globoplay. A produção sobre o cangaço, dirigida pelo ganhador do Emmy Rogério Gomes, o Papinha, chegará à plataforma em 2025 como parte das comemorações dos 60 anos da Globo. O artista ainda aguarda o lançamento da série Vidas de bandido, da Starplus, na qual trabalha ao lado de Juliana Paes, Rodrigo Simas e Otávio Muller. Ele também é o protagonista da série Empurrando com a barriga Isso é Fim da comédiaambos sem previsão de estreia na TV CineBrasil.
“Embora já tenha feito trabalhos interessantes com grandes diretores, a maioria dos projetos em que interpretei personagens de destaque ainda não estrearam. A sensação que tenho é que novas portas podem ser abertas”, afirma Murilo.
Funciona
Atualmente, o trabalho do ator também pode ser visto na série Depois da meia-noite, no YouTube, também sob direção de Rogério Gomes e com texto de Lela Gomes. O projeto, com temática LGBTQIAP+, estreou no dia 16 de abril e novos episódios são disponibilizados semanalmente. Devido ao seu sucesso, já existe um plano para uma nova temporada.
Para o cinema, filmou o ainda inédito Vilão dos Nove, Oeste novamente Isso é As vidas secretas dos meus três homens. E o baiano acaba de finalizar seu primeiro projeto em sua terra natal: o longa-metragem O sinode Isaac Donato, onde mora um pescador.
Em seu currículo ainda consta o filme Pacificado, no qual atuou e fez seu primeiro trabalho como assistente de produção de elenco. Na televisão, o ator participou de Dar certoem novelas Orgulho e paixão Isso é Segundo sol e na primeira temporada da série Justiça. Recentemente, ele esteve em Todas as floresno Globoplay, e na série Imundoda StarPlus, e Cidade invisível, da Netflix. No teatro, atuou em algumas peças e fez parte do Grupo Nós do Morro.
Entrevista | Murilo Sampaio
O enredo da terceira temporada de Sol, do Prime Video, gira em torno de Colibri, seu personagem. O que você pode dizer sobre essa história?
Na verdade, a trama gira em torno de Pedro Dom (Gabriel Leone), porém Colibri é seu principal obstáculo. Podemos dizer que entre a cocaína e a polícia, o principal obstáculo de Dom será o poder do tráfico de drogas personificado em Colibri, portanto será uma temporada cheia de ação e suspense. Condensá-la em cinco episódios deu outra dinâmica à série, uma vez que você começa não quer terminar. E a construção do personagem foi gradual. No final de 2021, entrei no elenco para fazer apenas algumas cenas no final da segunda temporada, lá pude experimentar algumas coisas que, até então, só havia exposto em testes. Mas foi na preparação para a terceira temporada, com Maria Silvia Siqueira Campos, que pude me aprofundar na personagem.
Como foi construir um traficante tão poderoso?
A construção veio de dentro para fora. Não consegui partir da forma de uma normatividade violenta e periférica para materializar a personagem. Eu senti que precisava encontrar essas características dentro de mim e trazê-lo o mais perto possível de mim. Foi assim que nós (a direção e eu) chegamos a um consenso sobre como seria o Colibri. Até os diretores, a partir de Breno Silveira, foram muito abertos às propostas que tinham e ao tom baixo e imprevisível que escolhi para dar ao personagem.
Acredita que este holofote Colibri será um ponto de viragem na sua carreira artística?
Eu penso que sim. Embora já tenha feito trabalhos interessantes com grandes diretores, a maioria dos projetos em que interpretei personagens de destaque ainda não estrearam. Portanto, ser antagonista de uma série que já faz sucesso me dá alguma visibilidade, principalmente no meio artístico, entre produtores e diretores de cinema. A sensação que tenho é que novas portas podem ser abertas.
Você é baiano e está completando 10 anos de carreira. Como você tem observado o crescente número de artistas nordestinos conquistando papéis de destaque nas produções ao longo desse período?
Nesses 10 anos muita coisa mudou. Quando comecei não era assim. Na verdade, é muito recente esse apelo para que atores de outras regiões do Brasil ingressem no mercado audiovisual de grandes produções, movimento que começou pouco antes da pandemia, mas só se intensificou depois dela, em 2021/22. Assim como os atores negros e a questão racial, é recente o movimento de compreensão de que as histórias podem e devem ser plurais e heterogêneas, além de reivindicar o próprio capital nesse sentido: negros, nordestinos, LGBTs, etc., querem se veem e são potenciais de consumo. Então, o mercado está atento a isso. Vejo um número crescente de colegas nordestinos ocupando espaços, sim, mas isso, na minha opinião, passou por muita luta (coletiva e pessoal), além de uma necessidade de mercado.
Murilo Sampaio tem um vasto currículo com diversos projetos de cinema e streaming que ainda não estrearam. Mas o que você ainda não conquistou profissionalmente?
Faça parte do elenco de uma novela da televisão aberta. Embora eu tenha feito Guerreiros do Sol, que é uma novela, o produto foi feito para streaming e estreia apenas em 2025, no Globoplay. A ideia de fazer novela na TV aberta é estar em uma obra aberta, sentir a história sendo moldada à medida que ela é feita, sentir o público assistindo e acompanhando a obra junto com você. Isso deve ser muito legal. É isso que quero experimentar.
A propósito, o que você pode nos contar sobre seus próximos lançamentos?
Em breve estarei filmando um curta dirigido pela atriz brasileira Camila Márdila e filmando a segunda temporada da série Depois da meia-noite, websérie no YouTube dirigida por Rogério Gomes. Ainda no segundo semestre, estreiam no Star Plus a série Vidas bandidas, o filme Vilã das Nove, de Teo Poppovic, nos cinemas, e, no próximo ano, os longas-metragens As vidas secretas dos meus três homens Isso é O sino, de Letícia Simões e Isaac Donato, respectivamente. Na Globo, o tão esperado Guerreiros do Soltambém dirigida por Rogério Gomes, conhecido como Papinha, em homenagem aos 60 anos da emissora.
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