O mês de maio mal acabou e os brasileiros só pensam em uma coisa: festa junina. Marcada por música, dança e comidas típicas, a festa é tradicionalmente conhecida como festa da colheita. Porém, o que nem todo mundo sabe é que o universo junho tem séculos.
As festas juninas como as conhecemos hoje surgiram no período medieval, época em que eram chamadas de “festas joanianas”, em referência a São João. Porém, a inspiração para o festival é muito mais antiga. “”Seus antecedentes remontam à Antiguidade, quando existiam festividades rurais e pagãs celebradas no solstício de verão, no Hemisfério Norte, a partir de 20 de junho. Eles expressaram votos de bons momentos para as próximas plantações. Seus ritos eram oferendas aos deuses relacionadas à fecundidade e fertilidade do solo”, explica Scarlett Dantas, professora de História do Centro Universitário de Brasília (UniCeub).
Mais tarde, após atravessarem o Império Romano e serem incorporadas à sociedade medieval, foram associadas ao nascimento de São João Batista e passaram a ser chamadas de “Joaninas”. Outros santos também foram incorporados à celebração: Santo Antônio, casamenteiro, e São Pedro, padroeiro das viúvas e dos pescadores.
Por sua vez, as comidas típicas da festa junina são baseadas nos alimentos agrícolas que temos no Brasil, como milho, grãos e raízes. “A cultura do milho, comum entre os indígenas e muito aprimorada pelos escravizados, resultou na produção de iguarias como pamonha, canjica, milho cozido e munguzá. O mesmo pode ser atribuído ao pé-de-moleque, doce produzido com amendoim torrado e açúcar mascavo, muito consumido entre os árabes, que habitavam a Península Ibérica, e os escravos que vieram para o continente americano”, explica o professor.
No que diz respeito à dança, a que mais se difundiu no país foi a quadrilha (quadrilha), dança de baile que surgiu na França no século XVIII e foi incorporada à aristocracia brasileira no século XIX. Foram portugueses vários termos que designam passos de dança, o que gerou expressões como “anarriê” (en arrière, para trás), “alavantú” (en avant tour, para frente), “changê” (trocador, mudar) e “balancê” (equilibrador , balançar).
Não é só o Brasil que celebra a festa junina. Outros países como Noruega, Espanha, Dinamarca, França e Canadá têm as suas tradições para celebrar a ocasião. Em Portugal, por exemplo, comem-se sardinhas assadas. Em Alicante, na Espanha, as pessoas dançam ao redor de monumentos em chamas feitos de papel machê.
Na Dinamarca, costumavam fazer uma bruxa com palha e pano para queimar na fogueira. Em Quebec (Canadá), a festa tem um ar mais patriótico e politizado, com apresentações de músicos com instrumentos de sopro, acrobatas e bonecos gigantes que homenageiam figuras históricas da província.
“As festas tradicionais, em geral, transmitem costumes e crenças entre gerações, fortalecem os laços sociais e políticos e referem-se aos esforços coletivos para manutenção da comunidade. No caso da festa junina, celebram o trabalho dos camponeses e as relações produtivas […] Além disso, como qualquer celebração tradicional, estão relacionadas com a história do país e das gentes que o habitam e contribuíram para a cultura regional e nacional”, conclui Dantas.
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