Entre maio e junho, a produção industrial do país cresceu 4,1%, interrompendo dois meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 1,8%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira (8/2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com esse aumento, o setor industrial marcou o resultado positivo mais intenso desde julho de 2020, quando havia registrado alta de 9,1%. Os resultados de junho levaram a indústria a superar os níveis pré-pandemia (2,8% acima de fevereiro de 2020), mas ainda está 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Para o gerente da pesquisa, André Macedo, em termos gerais, vale destacar que o aumento mais acentuado observado em junho de 2024 não está relacionado apenas à base de comparação depreciada, explicada pelos dois meses consecutivos de queda na produção. “Mas também pelo retorno à produção de diversas unidades produtivas que foram afetadas direta ou indiretamente pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul em maio de 2024”, destacou.
Outras atividades
Das 25 atividades investigadas pela pesquisa, 16 avançaram em junho. As influências positivas mais significativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%).
“Na atividade de derivados de petróleo e biocombustíveis, houve ganho acumulado de 6,2% em dois meses consecutivos de expansão na produção. É importante lembrar que esta atividade partiu de um comportamento predominantemente negativo entre dezembro de 2023 e abril deste ano. O crescimento recente tem sido impulsionado principalmente pelo álcool e pelo grupo de derivados de petróleo”, aponta o gerente da pesquisa.
O setor de produtos químicos, com alta de 6,5% em junho, eliminou a queda de 2,7% observada no mês anterior. “Este é um setor que, direta ou indiretamente, sofreu os impactos das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Algumas plantas industriais foram paralisadas. Com isso, o aumento observado em junho é, principalmente, um fator compensador, mas supera a queda observada em maio”, explica Macedo.
Sobre as outras duas atividades com maiores influências positivas, o gerente do PIM explica que, no setor de produtos alimentícios (2,7%), que representa cerca de 15% da atividade industrial no Brasil, houve aumento na produção de produtos importantes, como como açúcar, produtos de soja, suco de laranja e carne de aves. Já nas indústrias extrativas (2,5%), os dois produtos mais importantes da atividade apresentaram expansões: minério de ferro e petróleo.
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