Após um colapso histórico, a Bolsa Japonesa apresentou forte recuperação nesta terça-feira (8/6). Em meio a temores sobre uma possível recessão nos EUA, que derrubou as bolsas globais, o índice Nikkei japonês saltou 10,23%, para 34.675,46 pontos.
Este foi o maior ganho diário desde outubro de 2008, em comparação com uma queda de 12,4% no dia anterior. Em relação à taxa de câmbio, a taxa de câmbio do dólar no país estabilizou-se em torno de 145 ienes após duas semanas de alta.
Outras bolsas asiáticas também recuperaram parcialmente, estabilizando após a forte onda de volatilidade iniciada no final da semana passada. O índice Kospi da Coreia do Sul avançou 3,30% em Seul, para 2.552,15 pontos. A Taiex, de Taiwan, subiu 3,38%, para 20.501,02 pontos.
Os mercados em todo o mundo foram pressionados pelos dados económicos fracos dos Estados Unidos, o que levantou receios de que a economia norte-americana pudesse estar a caminhar para uma recessão. A preocupação surgiu principalmente devido ao relatório sobre a criação de empregos (folha de pagamento), que foi mais fraco do que o esperado.
Os dados alimentaram receios de que o ciclo de aperto monetário da Reserva Federal (Fed) afectaria a actividade económica no país mais do que o esperado. A piora do mercado de trabalho, com o menor número de pessoas contratadas em quase três anos, é vista como um freio à maior economia do mundo.
Corte de juros
Diante do cenário, aumentaram as apostas em um corte maior nos juros dos EUA na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc), marcada para 18 de setembro. Anteriormente, a expectativa era de que houvesse um corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros, porém, para combater a desaceleração da economia americana, o mercado agora acredita em um corte de 0,50 ponto.
Para Volnei Eyng, CEO da Multiplike, a atenção do mercado, a partir de agora, deve estar voltada para as consequências desse atraso na redução dos juros norte-americanos. Segundo ele, se os Estados Unidos demorarem a baixar a sua taxa de referência, isso poderá resultar num aumento da inflação global. “Embora seja um desafio determinar o momento exato para a redução das taxas de juros, o atraso do Banco Central pode levar a uma inflação mais elevada e, eventualmente, a uma recessão”, destacou.
Eyng também destacou como uma possível recessão nos Estados Unidos afetará a economia mundial. “O actual declínio nos mercados financeiros reflecte receios de uma recessão iminente. O atraso na redução das taxas de juro poderá colocar uma pressão excessiva sobre a economia, resultando numa recessão e, consequentemente, num aumento do dólar e na fuga de investidores dos mercados emergentes”, reforçou.
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