No momento em que a mobilidade urbana ganha destaque nos debates que antecedem as eleições municipais, a Pesquisa Mobilidade da População Urbana, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), traça o perfil dos passageiros de ônibus e os principais problemas do modal, que ainda é utilizado. é o mais utilizado pela população (30,9%), seguido de perto por possuir automóvel (29,6%) e caminhar (21,6%). A queda na procura deste transporte público foi significativa nos últimos sete anos.
Em relação a 2017 (data do último inquérito deste tipo), quando 45,2% da população utilizava autocarros, a redução do número de passageiros este ano ultrapassa os 14 pontos percentuais. Mas, para mais da metade da população brasileira (52%), não há outra opção de mobilidade que não seja a coletiva urbana.
Esses passageiros perdidos pelas empresas públicas e privadas que operam o serviço partiram em sua maioria em carro próprio. De 2017 para cá, o percentual da população que optou por adquirir um carro para resolver o problema de mobilidade aumentou de 22,2% para 29,6%. Outra parte decidiu adquirir uma motocicleta – o percentual mais que dobrou em sete anos, passando de 5,1% para 10,9%. A concorrência com veículos de aplicação também contribuiu. Atividade praticamente inexistente em 2017 (atendia apenas 0,1% da população), a proporção de pessoas que passaram a utilizar este serviço atingiu quase 11% este ano. A percentagem da população que viaja a pé manteve-se estável.
Para quem pretende concorrer ao cargo de prefeito ou vereador, o que a pesquisa revela é que o ônibus ainda é, de longe, o principal meio de transporte da população das classes de renda C, D e E, responsável por transportar mais 80 % de pessoas que precisam sair de casa regularmente. E o tempo médio de viagem dos mais pobres é até 10 minutos maior que o tempo de viagem dos das classes A e B: 37 minutos (muito próximo da média brasileira de 36,6 minutos), contra 27 minutos, respectivamente.
O transporte foi destacado pelos entrevistados como um dos três principais problemas urbanos do Brasil, com 24,3% das citações, atrás apenas da saúde e segurança públicas. Supera assim o desemprego que, em 2017, ocupava esta posição na lista de preocupações da população. Houve também uma inversão nas duas primeiras posições (em 2017, a violência era mais preocupante do que a saúde pública).
Os pesquisadores também investigaram os motivos que levaram tantas pessoas a trocar o ônibus por outros meios. Os principais, para os entrevistados, são desconforto ao viajar (28,7%); falta de flexibilidade no serviço (20,7%) e elevado tempo de deslocamento (20,4%).
O preço da tarifa, que foi, para 29,5% dos utilizadores, o principal motivo de interrupção da utilização do autocarro em 2017, representa agora apenas 11,8%. Para analistas da CNT, “tal mudança pode estar relacionada à disseminação em larga escala de serviços baseados em aplicativos e à substituição de viagens curtas (antes realizadas por ônibus), em que os valores cobrados podem ser equivalentes”.
Tarifa zero
Para quem pretende incluir ou criticar propostas de tarifa zero para o transporte urbano em seu município nas próximas eleições, é prudente saber que esta é uma agenda aprovada por 58% dos pesquisados. Quando o universo da pesquisa se restringe às cidades que já implementaram o sistema de subsídio integral para reduzir a zero o preço das passagens, o apoio chega a quase 87%.
Há também um grupo importante de pessoas (28,7%) que defende a proposta, mas apenas para grupos específicos de usuários, como os cadastrados no Cadastro Único (CadUnico). Apenas 6,5% dos entrevistados se declararam contra a tarifa zero.
Nos municípios que encerraram a tarifa de ônibus, 49,4% concordam parcial ou totalmente que a medida permitiu economia e aumento da renda mensal e 48,5% passaram a usar mais o ônibus, além da principal necessidade de deslocamento (para trabalho ou escola, para exemplo).
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