Economistas e entidades do setor produtivo lamentaram a morte do ex-ministro Antônio Delfim Netto, falecido nesta segunda-feira (8/12) em São Paulo, aos 96 anos. Personalidades relembraram a trajetória do economista, considerado um dos nomes mais influentes do país. a política económica do país.
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega afirmou que Delfim foi “um dos mais importantes formuladores e executores de política econômica do país”. “Ele tinha plena consciência do seu valor na economia brasileira e formou muitos economistas sabendo do seu papel. Certamente, ele continuará sendo uma das figuras públicas mais importantes do Brasil”, destacou.
Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Delfim Netto foi um dos ministros da Fazenda mais antigos, tendo exercido o cargo entre 1967 e 1974.
Foi também Ministro do Planejamento entre 1979 e 1985, Ministro da Agricultura (1979), Embaixador do Brasil na França (1975-1977) e eleito por cinco mandatos deputado federal pelo estado de São Paulo (1987-2007).
No total, publicou mais de 10 livros sobre problemas da economia brasileira e centenas de artigos e estudos. “Figura brilhante e multifacetada do cenário nacional, deixa farto material para os historiadores”, disse Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos.
Em nota oficial, o Ministério da Fazenda lamentou a morte do economista, considerado “uma referência em diversas fases da história do país”.
“Durante décadas, incentivou debates essenciais sobre a condução da política econômica brasileira. Neste momento de luto, os funcionários do Ministério da Fazenda manifestam respeito e solidariedade aos familiares e amigos de Delfim Netto”, destacou o ministério.
Contribuição acadêmica
Delfim Netto doou cerca de 100 mil livros à FEA-USP, onde se formou e foi professor emérito. Segundo a instituição, sua biblioteca é considerada o acervo mais completo da área econômica do Brasil.
“O legado acadêmico e intelectual do Professor Delfim continuará sendo lembrado por todos que tiveram o privilégio de conviver com ele, e também por aqueles que poderão acessar as obras de seu acervo construído ao longo de mais de 8 décadas disponíveis na Biblioteca da FEA- USP”, declarou a universidade, em nota.
O copresidente do Grupo Empiricus, Felipe Miranda, declarou que Delfim “representa uma metonímia da profissão econômica no Brasil”. “Ele deixa um legado quase único de completude na área, reunindo profundidade e vastidão de conhecimento da literatura e da produção acadêmica. Tinha uma rara capacidade de transitar entre as diversas escolas da ciência económica com grande rigor matemático e, ao mesmo tempo, uma capacidade criteriosa de mergulhar na História para tentar escrever um futuro”, afirmou.
“Alguém com grande contribuição para a Academia e para o pensamento econômico brasileiro, que ultrapassou a tecnocracia para penetrar também de forma indistinta no campo da política econômica”, finalizou Miranda.
Indústria
Em nota, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) destacou que Delfim Netto marcou um ciclo na economia brasileira. “Atuou durante décadas no ensino superior, na administração pública, na literatura e no parlamento, propondo transformações na busca pelo desenvolvimento do país.”
A entidade enfatizou o respeito internacional ao economista, que “sempre defendeu o fortalecimento da indústria nacional”. “Quando olharmos para a trajetória do economista Delfim Netto, encontraremos os talentos de um matemático, pensador, analista histórico e fraseólogo humorístico. Nossas condolências vão para sua família e amigos neste momento triste.”
Em seu perfil pessoal, o economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, relembrou uma frase do britânico John Maynard Keynes, que escreveu que um bom economista deve combinar os talentos de “matemático, historiador, estadista e filósofo”. “O Delfim foi quem entendeu isso perfeitamente, melhorando com um excelente senso de humor. Sentiremos falta”, escreveu em sua conta X.
“Vilão adorável”
O economista André Perfeito lamentou a perda de “uma das raras pontes econômicas do Brasil”. “Delfim Netto não era uma pessoa fácil de entender. Tive o raro prazer de conhecê-lo e fui consultá-lo mais de uma vez em seu consultório em Higienópolis. Cada vez que falava com ele saía com um misto de certezas e dúvidas sobre o que lhe tinha perguntado”, recordou.
Ele destacou que o economista articulou com igual facilidade conhecimentos técnicos de economia e aspectos políticos dos problemas sociais. Perfect definiu Delfim como “uma espécie de Darth Vader” e um “vilão adorável”. “Delfim fará falta. Era uma ponte entre mundos diferentes, e este tipo de arquitetura que lembra as pinturas de Escher é um acontecimento raro. Agora você terá um vislumbre do eterno. Que você finalmente consiga encontrar a síntese de suas contradições.”
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com