Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, continue fazendo declarações otimistas sobre o avanço da atividade econômica neste ano, os empresários continuam entrando com pedido de recuperação judicial (RJ), por não terem condições de administrar seus negócios, principalmente as micro e pequenas empresas. empreendedores.
Segundo dados divulgados ontem, pela Serasa Experian, foram registrados 1.104 pedidos de recuperação judicial no Brasil, no primeiro semestre de 2024. Os dados mostram um aumento de 71% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre os produtores rurais que atuam como pessoa física no Brasil, houve um salto de 533% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período de 2023, para 106 solicitações, segundo a entidade.
A recuperação judicial é uma forma de as empresas evitarem a falência em meio a uma crise financeira, em benefício de sócios e acionistas, funcionários, fornecedores e clientes. “A recuperação judicial é a forma como se conhece hoje a falência. Acontece quando a empresa, tendo dificuldades para quitar seus compromissos, fecha um acordo com seus credores para negociar a dívida e, por fim, recuperar a estabilidade financeira”, explicou o sócio- diretor da Nordex Consultoria Empresarial, Eduardo Bazani.
Incertezas
As incertezas econômicas têm sido uma base sólida para o crescente número de empresas recorrerem aos RJs, com as micro e pequenas empresas liderando este ranking com 713 solicitações, seguidas pelas médias e grandes empresas. As empresas que enfrentam dificuldades financeiras e entram em recuperação judicial precisam de um bom plano de reestruturação para recuperar a confiança de credores e investidores, segundo o especialista. “A reestruturação abre oportunidades para a empresa acessar novos recursos financeiros, seja por meio de investimentos, linhas de crédito ou parcerias estratégicas. Em última análise, é um processo que ajuda a restaurar a saúde financeira e operacional da empresa”, disse Bazani.
O aumento significativo dessas solicitações no setor agrícola reflete a vulnerabilidade do segmento aos desafios macroeconômicos, como altas taxas de juros, inflação persistente e aumento dos preços dos insumos, segundo Paulo Bardella Caparelli, sócio do Galvão Villani, Navarro, Zangiácomo e Bardella Advogados e especialista em administração de empresas e fusões e aquisições. “Neste contexto, os bancos surgem como os principais credores, concentrando grande parte das dívidas. Curiosamente, raramente estão envolvidas dívidas laborais ou de fornecedores, o que sugere que a maioria das dificuldades financeiras está ligada à dívida bancária. Se há sinais de oportunismo por parte das empresas em recuperação, a maioria dos pedidos é motivada por condições económicas adversas”, destacou Caparelli.
Na opinião do economista, especialista em reestruturação financeira de empresas, diretor de Consultoria Corporativa e membro do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, Luís Alberto de Paiva, o volume de recuperações judiciais dentro do setor do agronegócio já era previsto. “Com a queda nas safras que tivemos, contrariando as exigências dos agentes financeiros, com os juros altos que tivemos aqui no Brasil, está praticamente, levando todos esses devedores a uma situação de insolvência”, afirmou Paiva.
No início deste ano, a Justiça dos Estados Unidos autorizou a companhia aérea Gol a iniciar o processo de recuperação judicial. Outras marcas como Casa do Pão de Queijo e Grupo Dia também fizeram o mesmo. Com uma dívida de cerca de R$ 155 milhões, a Fasolo, fabricante de artigos de couro de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, teve seu pedido de recuperação autorizado pela Justiça. Fundada em 1917, gerando cerca de 200 empregos diretos, a empresa quase ficou sem caixa em maio —mês de fortes enchentes no Rio Grande do Sul. O grupo supermercadista Solar, com dívidas de R$ 83,6 milhões, também teve seu plano aprovado.
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