O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse, nesta segunda-feira (26/8), que a autoridade monetária “depende de dados” para definir os rumos da taxa básica de juros (Selic). Ao falar sobre as expectativas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 18 de setembro, ele mencionou indicadores de inflação, de crescimento econômico e do mercado brasileiro.
“O Banco Central assumiu uma posição mais conservadora, interrompendo seu ciclo de corte da taxa Selic. Continuamos dependentes de dados e abertos, com todas as alternativas de política monetária sobre a mesa, para que possamos tomar nossa decisão”, disse ele durante a celebração do os 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina.
No Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, economistas do mercado financeiro voltaram a elevar suas projeções para inflação, câmbio e Produto Interno Bruto (PIB) este ano. As expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passaram de 4,22% para 4,25%, na sexta semana consecutiva de alta.
A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, em 2024 e 2025. A margem de tolerância para que seja considerada cumprida é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.
Segundo o diretor, o papel do BC é ser “mais cauteloso”. Ele disse ainda que a economia brasileira parece estar em um estado diferente da economia norte-americana, que começou a dar sinais de moderação. “Enquanto aqui estamos vendo um cenário de maior resiliência na atividade”, destacou.
Na reunião de maio, quatro diretores votaram pelo corte de 0,5 ponto percentual na Selic, enquanto outros 5 optaram pela redução de 0,25 ponto percentual. Galípolo afirmou não acreditar em “grandes rupturas” na atuação da autoridade monetária. “Não são divergências que tenham um impacto muito relevante”, considerou.
A nomeação de Lula
O diretor de política monetária é o que tem maior probabilidade de assumir a presidência do BC no ano que vem, com a saída de Roberto Campos Neto. O economista antecipou seu retorno a Brasília nesta segunda-feira a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve revelar o nome do indicado ainda esta semana.
Ele foi chamado a ficar em “espera” caso Lula decida oficializar sua indicação, que deverá ser aprovada pelo Senado. O Planalto deseja viabilizar a data da eventual sabatina antes do fim das eleições. No entanto, os parlamentares estão focados em apoiar os candidatos nas eleições municipais e em reduzir o ritmo das atividades do Congresso.
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