Para Jaime Recena, presidente executivo da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Amendoim e Doces), a produção de amendoim no Brasil está em ascensão. O alimento parece ter se popularizado entre os brasileiros: 45% dos consumidores optam pelo amendoim em vez de outras nozes. “Isso traz alegria e conforto, pois o amendoim está cada vez mais presente nas receitas e na alimentação diária dos brasileiros”, disse Recena aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Roberto Fonseca, em entrevista ao CB.Agro – parceria entre Correspondência e TV Brasília — nesta sexta-feira (30/09).
O setor também tem apresentado crescimento nas exportações. Este ano foram exportadas mais de 400 mil toneladas, e a produção nacional deverá atingir aproximadamente 800 mil toneladas. “Esperávamos chegar a 1 milhão de toneladas, mas enfrentamos estresse hídrico na principal região produtora, em São Paulo”, explicou Recena.
Apesar dos desafios climáticos, as perspectivas para o próximo ano são positivas, prevendo-se um aumento de 10 a 15% na área de produção de amendoim. “Nossos amendoins são muito apreciados pelos países com os quais temos bom relacionamento”, relata Recena sobre o cenário de exportação do alimento.
O presidente executivo da Abicab explica que as queimadas e as secas são as que mais afetam a produção de cana-de-açúcar, mas que o problema atinge também o amendoim, porque as queimadas acabam deteriorando o solo. “Na hora do plantio será necessário corrigir um pouco mais, acrescentando mais nutrientes, fazendo algum tipo de correção para que a produção não seja afetada. Esse é o desafio que o setor enfrentará nos próximos meses, mas as expectativas são muito positivas”, explica. Aproveitou para manifestar solidariedade à população afetada pela seca e pelos incêndios que atingiram grande parte do país nas últimas semanas.
A segunda edição da Semana Brasileira do Amendoim acontece na mesma semana do Dia Internacional do Amendoim, em 13 de setembro. O presidente da Abicad afirma que o evento não serve apenas para reconhecer o trabalho do produtor que está no campo e também do trabalhador que está na indústria e processa o produto até chegar ao consumidor. “Esta semana chega para valorizar um pouco essa cadeia produtiva, e é um momento em que aproveitamos também para cumprir uma série de agendas aqui em Brasília, com o Congresso e o governo federal para destacar a importância desse produto”, ele destaques.
O cacau é outro produto que cresce no Brasil e no passado foi líder nas exportações, porém, grande parte do cacau produzido no país é consumido internamente. Recena afirma que a Abicab, em conjunto com outras entidades, o governo federal e os governos estaduais, estão trabalhando para que o Brasil passe a produzir 400 mil toneladas até 2030. “Com isso, o Brasil poderá voltar a exportar cacau e ser um player importante neste segmento” , ele conclui.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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