A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) publicou nesta quinta-feira (5/9) dados sobre dívidas e inadimplência entre os brasileiros. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o endividamento das famílias no país caiu de 78,5% em julho para 78% em agosto de 2024.
Apesar da queda, o índice ainda é superior aos 77,4% registrados em agosto de 2023. Segundo a CNC, o resultado é um indício da crescente “cautela” das famílias brasileiras em relação à utilização de crédito com juros elevados em o país. Mesmo com a redução do endividamento geral, o número de famílias que se declararam “endividadas” cresceu 16,8%.
Na avaliação do presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, a trajetória recente do número de devedores no país está diretamente relacionada ao cenário macroeconômico do país. Citando o último resultado do PIB, que cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024, ele afirma que as expectativas iniciais foram superadas, apesar de haver um cenário econômico desafiador.
“O alívio da dívida é positivo, mas precisamos considerar que as altas taxas de juros e a lenta recuperação econômica ainda criam incerteza para as famílias brasileiras. Uma possível queda no consumo poderá afetar a retomada do crescimento”, destaca o presidente da CNC.
Padrão estável
Em relação à inadimplência familiar, a pesquisa mostra que esse número se manteve estável em 28,8% pelo terceiro mês consecutivo, em patamar um pouco inferior ao registrado em agosto de 2023.
Mesmo assim, a proporção de famílias que não conseguirão pagar as dívidas pendentes subiu para 12,1%. Para o economista-chefe do CNC, Felipe Tavares, mesmo diante da queda nos níveis de endividamento, o comprometimento da renda das famílias com o pagamento das dívidas ainda é elevado.
“O percentual médio de comprometimento da renda foi de 29,6% em agosto, demonstrando que as famílias estão tentando manter as finanças sob controle, mas precisam ampliar prazos e lidar com juros altos, o que complica a situação”, considera Tavares.
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