A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou, nesta segunda-feira (20/5), um balanço dos impactos causados pelos desastres naturais no Brasil nos últimos 11 anos. Entre 2013 e 2023, a entidade estima que as perdas para o país, no total, foram de R$ 639,4 bilhões. Além disso, só nos primeiros cinco meses de 2024, os desastres já causaram um prejuízo de R$ 32,1 bilhões.
Amanhã (21), cerca de 10 mil prefeitos estarão em Brasília para a XXV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizada pela CNM. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no evento. O presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, por sua vez, apresentará as agendas prioritárias aos líderes. Ele destacou, em entrevista coletiva nesta manhã, que vai cobrar ações para solucionar os problemas dos municípios.
Entre as pautas definidas para o encontro, Ziulkoski afirmou que irá propor medidas para a destinação de recursos para o enfrentamento da crise no Rio Grande do Sul. “Vamos intervir efetivamente nos municípios na questão climática. Os municípios vão impulsionar esse movimento, para assumir efetivamente a questão climática do país”, destacou.
A CNM estima que o prejuízo para o país, desde 2013, seja de R$ 671,5 bilhões, o que deve piorar ainda mais, dados os desastres causados pelas chuvas desde o final de abril, no Rio Grande do Sul. Nesse período, 5.233 municípios em todo o país foram afetados por algum tipo de desastre natural, que atinge quase todas as cidades brasileiras.
Do total de prejuízos apurados pela entidade, R$ 392,6 bilhões foram para o setor privado, enquanto R$ 165,8 bilhões foram materiais e R$ 81 bilhões para os cofres públicos municipais. No total, 4,1 milhões de brasileiros ficaram desabrigados (sem perda total da moradia), 925,8 mil desabrigados (com perda total). Houve 2.667 mortes devido a desastres nos últimos 11 anos.
Ziulkoski também criticou a ineficiência dos governos atual e anterior em garantir que os recursos destinados às ações de proteção e defesa civil cheguem aos municípios. “Há muitas promessas (dos governos) e pouca execução, e os municípios não têm condições de cumprir isso”, disse o presidente.
Entre 2013 e 2023, o governo federal autorizou o repasse de R$ 9,5 bilhões para ações semelhantes. Porém, apenas R$ 3 bilhões chegaram aos cofres municipais. Só neste ano, entre janeiro e maio, o governo liberou um total de R$ 1,5 bilhão, mas pagou apenas R$ 185,8 milhões, segundo a CNM.
Rio Grande do Sul
Em relação ao estado afetado por uma das maiores calamidades públicas registradas em toda a história do país, a confederação estima que as perdas atualmente cheguem a R$ 9,6 bilhões, só de infraestrutura danificada, o total é de R$ 1,6 bilhão. Outros impactos significativos foram registrados em equipamentos públicos, como escolas e hospitais, com perdas de R$ 427,1 milhões.
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