O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, afirmou que a volta do horário de verão pode ser uma “boa alternativa” para reduzir o consumo de energia elétrica no país.
“Acho que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse algo importante. Não vai faltar energia. Mas todos precisamos ajudar. O horário de verão pode ser uma boa alternativa para economizar energia”, disse Alckmin, ontem, em entrevista a jornalistas após a Cerimônia Nova Indústria Brasil – Missão 4: Indústria e Revolução Digital, no Palácio do Planalto.
O vice-presidente disse que, apesar da seca no país, não faltará energia para a população, mas que todos precisam colaborar. Nesse sentido, defendeu boas alternativas para a volta do horário de verão e campanhas educativas para a economia. “O horário de verão pode ser uma boa alternativa para uma campanha de economia de energia. Agora, o Brasil tem energia extremamente limpa, com o crescimento da energia eólica e solar”, respondeu Alckmin ao ser questionado se a medida seria benéfica para a indústria.
Mais cedo, pela manhã, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, disse aos jornalistas que uma possível volta ao horário de verão está sendo avaliada internamente pelo governo. Embora ainda não haja definição, a justificativa central para um possível retorno desse mecanismo seria aumentar a confiabilidade do sistema elétrico.
Essa política de horário especial foi abolida em abril de 2019, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Uma das justificativas do governo anterior para acabar com o horário de verão era que as economias não eram significativas.
O horário de verão foi criado para reduzir o consumo de energia elétrica durante o verão, de forma a reduzir o consumo entre o final da tarde e o início da noite, aproveitando melhor a luz natural avançando os relógios em uma hora.
A lógica da utilização dessa medida na maioria dos estados brasileiros, além de reduzir o consumo nos horários de pico, foi reduzir o aumento de carga do sistema e evitar o uso de fontes de energia mais caras, como o acionamento de termelétricas que são movido a diesel.
Extinção no governo anterior
A medida, porém, foi extinta em abril de 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) com a justificativa de que não estava gerando a economia desejada. Em 2022, o MME reforçou a manutenção da decisão após avaliação feita pelo ministério sobre os efeitos do ponto de vista do setor elétrico. “Os estudos mostraram que a medida deixou de produzir os resultados esperados, perdendo a razão de ser aplicada”, destacou a nota. “O MME concluiu que a aplicação do horário de verão não produz resultados na redução do consumo ou da demanda máxima de energia elétrica na mitigação dos riscos de déficit de energia”, acrescentou o comunicado.
Ao comentar a volta do horário de verão, Silveira garantiu que, no momento, não há risco de falta de energia por conta da seca. O ministro disse que o motivo da volta do horário de verão é a forte seca que vem afetando o funcionamento do setor elétrico brasileiro “Estamos na fase de avaliar se o horário de verão é necessário ou não… é algo que tem foi colocado em cima da mesa, mas não há decisão, até porque depende do índice pluviométrico”, disse. Segundo ele, essa política poderá eventualmente ajudar o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no atendimento aos consumidores nos horários de pico. “Quando existe alguma possibilidade que aponte um caminho para uma solução de tarifas razoáveis e de segurança no sector, é importante que seja avaliada”, acrescentou.
Investimento
No evento do Planalto do qual Alckmin participou, foram anunciados R$ 186,6 bilhões em investimentos para a indústria de tecnologia. O vice-presidente também comentou o efeito da seca prolongada e das queimadas nos resultados econômicos do agronegócio. Reconheceu que deverá haver um impacto negativo, mas espera que o período de seca termine em breve.
“Claro que não ajuda. Mas estamos no fim do período de seca. Mas as coisas são diferentes no mundo”, disse Alckmin, citando que hoje em dia é mais difícil prever o clima. (Com informações da Agência Estado)
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