Dados recentes do Global Entrepreneurship Monitor, divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mostram que cerca de 8 milhões de jovens brasileiros, com idades entre 18 e 24 anos, dirigem seus próprios negócios. A pesquisa fornece um panorama detalhado dos líderes empresariais, destacando o crescente interesse e envolvimento dos jovens no empreendedorismo nacional.
“Examinando a taxa de empreendedorismo inicial (TEA), percebe-se que são os mais jovens que predominam tanto no TEA, com quase 22%, quanto no desenvolvimento de novos empreendedorismo, com 14,7%”, informa a pesquisa. A motivação mais intensa entre os empreendedores de idade intermédia e mais jovens é “fazer a diferença no mundo”, com 78,2% e 76,5%, respetivamente.
O coordenador regional da Associação Brasileira de Franchising (ABF) Centro-Oeste, Guilherme Carvalho, explica que a predominância de jovens nas franquias é uma tendência. “O desejo de ter um negócio próprio é forte no Brasil e tem crescido nos últimos anos. Somam-se a isso os desafios econômicos, que levam muitos profissionais a buscarem alternativas de renda”, afirma.
“Esses movimentos também estão entre os mais jovens, que até consideram o empreendedorismo como uma forma de desenvolver a carreira desde o início. Isso se deve tanto a questões culturais, buscando maior autonomia, horários flexíveis, potencial de crescimento mais rápido, como também pela maior quantidade e variedade de formação nesta área”, acrescenta.
Segundo Carvalho, além dos cursos livres, hoje são comuns cursos de graduação e pós-graduação com disciplinas ou atividades de empreendedorismo. “Além disso, o boom dos negócios digitais e das startups, associado à maior facilidade de abrir e gerir uma empresa com o apoio da tecnologia, também tem sido um grande incentivo para os jovens desenvolverem o seu caminho através do empreendedorismo.”
A pesquisa do Sebrae destaca não apenas a quantidade, mas a qualidade dos empreendimentos liderados por jovens, que, com criatividade, resiliência e inovação, estão moldando o futuro do empreendedorismo no Brasil.
Dentre esses negócios de sucesso, destacam-se as franquias criadas por jovens empreendedores. Um exemplo é Wepink. Fundada em 2021 pela influenciadora digital Virgínia Fonseca, 25, Samara Pink, 31, e pelo marido Thiago Stabile, 31, a empresa rapidamente se destacou no mercado de cosméticos, vendendo R$ 10 milhões em séruns no primeiro mês. Com faturamento atual de R$ 360 milhões, a empresa planeja abrir 60 franquias de quiosques em todo o Brasil em 2024.
Segundo os sócios, o Wepink surgiu como uma solução para acne. “Durante a primeira gravidez, Virgínia sofria com espinhas no rosto e procurava uma solução eficaz. A influenciadora conta que recebeu receita médica de diversos cosméticos e achou pouco prático”, informa a nota da empresa. O crescimento foi rápido. A franqueadora anunciou mais 60 franquias no modelo quiosque, em junho de 2024.
O Frango no Pote, fundado em 2012, é outro exemplo de empreendedorismo de sucesso com um jovem à frente, o presidente-executivo (CEO) Carlos Junior. A empresa, fundada por seu pai Carlos Augusto, começou a ter suas primeiras franquias em 2014. Mas Carlos Junior, com apenas 15 anos, já tinha tino empreendedor, pois começou a vender biscoitos e pão de gengibre na escola. Aos 16 anos ingressou na faculdade de gastronomia e, após estudar nos Estados Unidos, voltou ao Brasil para ajudar nos negócios da família. Em 2019, assumiu a diretoria de operações, promovendo um crescimento significativo. Aos 21 anos ele se tornou CEO. Hoje, o grupo opera mais de 100 unidades no país, com faturamento de R$ 110 milhões em 2023, e o CEO foi incluído na lista Under 30 da Forbes.
“Vendia cerca de 80 produtos por dia, tendo em cada sala um amigo atuando como meu representante comercial. biscoitos para vender, me desenvolvi muito vendo isso, meu pai me colocou em um curso de culinária para que eu pudesse me aprimorar”, conta o empresário ao Correio.
Segundo Carlos Junior, aos 16 anos percebeu que não estava mais se desenvolvendo na escola. “Eu me sentia um peixe fora d’água, mesmo tendo notas altas e sendo bem conectado. Queria um novo desafio. Foi então que resolvi seguir em frente e fazer faculdade. Em agosto de 2015, passei em dois vestibulares , e entramos no processo para avançar. Logo, eu já estava cursando meu tão esperado curso de gastronomia. Logo depois, meu pai me pediu para trabalhar com ele e desenvolver o setor de operações do nosso negócio. “, explica ele. “Em 2017 me formei e logo comecei a planejar minha viagem para os EUA, onde viveria o sonho americano, ser chef. Em 2018, fui morar nos EUA por um tempo para me profissionalizar, criar minha independência e me desenvolver, mas meu sonho estava lá, e não aqui, com o Frango no Pote. Depois de uma temporada árdua de muito trabalho, conquistas e aprendizado, recebi o chamado que mudaria minha vida para sempre”, completa.
Isadora Negrão, CEO e fundadora do Bem Querer Donuts, iniciou o empreendedorismo aos 15 anos. Inspirada por uma viagem à Colômbia, onde experimentou donuts pela primeira vez, decidiu reproduzir a receita em casa e vender na escola. Em 2021, abriu sua primeira loja física e, em 2023, passou a franquear a marca. Hoje, a Bem Querer Donuts tem mais de 23 lojas e fatura R$ 18 milhões por ano.
Isadora contou que sua jornada começou em 2019, quando ela e o namorado tiveram a oportunidade de ir à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento católico que reúne jovens de todo o mundo com o Papa. “Para economizar na viagem, fizemos uma escala de 14 horas na Colômbia. O voo atrasou e disponibilizaram um voucher para consumirmos no aeroporto. Quando voltei para Bauru (SP), tive vontade de comer de novo, mas não encontrei para comprar”, conta.
“Com isso, peguei uma receita da internet e fiz no apartamento dos meus pais. Levamos para amigos e familiares que nos apoiaram. Então comecei a vender na escola, para meu namorado na faculdade, e para delivery. Gabriel ( namorado e sócio) fazia a massa pela manhã, à tarde fazíamos e no final da tarde entregamos de carro. A marca “explodiu” durante a pandemia, quando chegamos a 180 pedidos por dia produzindo em casa”, acrescenta. Negrão.
Bruna Vasconi, CEO e fundadora da Peça Rara Brechó, também iniciou sua jornada empreendedora aos 19 anos. A rede de brechós cresceu significativamente, hoje com mais de 150 unidades em operação no Brasil. Até o final de 2024, a empresa pretende dobrar o número de lojas e atingir um faturamento de R$ 300 milhões.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com