O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (18/9) um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, levando-a para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Esta é a primeira redução das taxas de juro desde março de 2020, quando a Fed procurou mitigar os impactos económicos da pandemia.
A decisão, amplamente aguardada pelo mercado, seguiu sinais recentes do presidente do Fed, Jerome Powell. Ele sugeriu a possibilidade de cortes nas taxas para impulsionar a economia dos EUA, que enfrenta uma desaceleração em sectores-chave. Porém, o tamanho do corte, de 0,50 ponto percentual, surpreendeu os analistas, que ainda debatiam se o reajuste seria menor, de 0,25 ponto percentual.
Impacto no mercado
Segundo os especialistas, a redução das taxas de juro visa aliviar as condições financeiras e estimular o crescimento económico, especialmente num momento de incerteza global. Com a decisão, o Fed busca incentivar o consumo e os investimentos, barateando o crédito para empresas e consumidores. O movimento, porém, também chama a atenção para o risco de um possível aumento da inflação, o que exigirá monitoramento constante do banco central dos EUA.
Esse movimento de flexibilização dos juros, na visão do especialista em Finanças da Fipecafi, Felipe Nasciben, deve dar mais ânimo ao ritmo de crescimento da economia e, também, dar espaço para a continuidade da tendência do mercado acionário americano, bem como reduzindo a pressão no Brasil e no resto do mundo.
“Se no Brasil tivéssemos continuado o ciclo de queda, essa combinação teria proporcionado mais espaço para aumento dos investimentos produtivos e valorização do índice Ibovespa. Porém, localmente teremos um contrapeso ao movimento americano pelos desafios internos que devem fazer com que os juros sejam mantidos”, analisa.
O mercado financeiro reagiu de forma mista à decisão, com os investidores ajustando as suas expectativas em relação à política monetária nos próximos meses. A redução das taxas de juros nos EUA poderá ter efeitos globais, influenciando mercados emergentes como o Brasil, ao impactar o fluxo de capitais e os preços das moedas.
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