Os mercados globais viveram um dia de grande turbulência com as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. Nesta quarta-feira (18/9), com a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano), o dólar continuou em trajetória descendente frente ao real, fechando o dia em queda de 0,81%, sendo cotado a R$ 5,44. A medida visa estimular a economia norte-americana, que tem dado sinais de abrandamento, principalmente em setores-chave como o imobiliário e a indústria.
A Fed fez o seu primeiro corte nas taxas de juro em quatro anos, reduzindo a taxa de referência de um intervalo de 5,25% a 5,50% para 4,75% a 5%. O movimento era amplamente esperado pelos analistas e impactou diretamente na taxa de câmbio e nas bolsas.
Embora o corte nas taxas de juros tenha contribuído para a valorização das moedas emergentes, como o real, a notícia trouxe apreensão aos mercados globais. Segundo especialistas, o temor de uma queda mais acentuada da atividade econômica nos Estados Unidos pressionou as bolsas de valores de todo o mundo, inclusive do Brasil. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda de 0,90%, aos 133.748 pontos.
A redução das taxas de juro americanas reflecte a preocupação da Fed com o crescimento económico, mas, ao mesmo tempo, aumenta o receio de uma recessão, o que impacta negativamente as expectativas de lucro das empresas globais e gera maior volatilidade nos mercados accionistas.
Cenário no Brasil
Enquanto o Fed reduziu as taxas de juros, o Brasil seguiu na direção oposta. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou um aumento da taxa Selic, como parte do ciclo de aperto monetário, com o objetivo de controlar a inflação. Esta diferença nas decisões de política monetária entre os dois países reforça a necessidade de adaptação por parte dos investidores, que necessitam de ajustar as suas estratégias para enfrentar diferentes ambientes económicos.
O dia turbulento nos mercados reflete a sensibilidade global às decisões de política monetária, com os investidores atentos aos próximos passos tanto do Fed quanto do Copom. A expectativa é que o cenário permaneça volátil nos próximos dias, à medida que os mercados digerem os impactos dessas mudanças.
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