O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, argumentou nesta quinta-feira (26/9) que o Brasil não pode parar de explorar as reservas de petróleo da Margem Equatorial, localizadas no litoral da região amazônica. Para ele, os benefícios económicos e estruturais que a exploração de combustíveis fósseis pode trazer aos estados do Norte são recursos necessários para a produção de hidrogénio verde.
“Somos um país em desenvolvimento, com muitos desafios, e temos que fazer a transição energética sem abrir mão da nossa riqueza. O Brasil, para financiar a transição energética, na minha opinião, não pode abrir mão de explorar petróleo na Margem Equatorial”, declarou Cappelli durante participação no CB.Debate “Hidrogênio Verde: o combustível do futuro”.
O evento é realizado pelo Instituto Cultura em Movimento, com patrocínio do Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e governo federal; apoio da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra); e suporte de comunicação de Correio Braziliense.
A exploração de petróleo na Margem Equatorial é controversa e enfrenta resistência de órgãos ambientais e especialistas ambientais. Contudo, o governo tende a aprovar a exploração, argumentando o impacto positivo esperado para os estados da Região Norte.
“Podemos, com esta oportunidade, mudar a vida de todo o Arco Norte. Permitir que o Brasil dê um salto em termos de infraestrutura logística no Arco Norte, o que permitirá também a produção e operacionalização do hidrogênio verde”, destacou ainda Cappelli.
Para o presidente da ABDI, o Brasil precisa ser o líder de sua transição energética, e não apenas seguir preceitos impostos por outras nações, que não representam interesses nacionais. Disse ainda que os investimentos estrangeiros são muito bem-vindos, mas que o Brasil não pode continuar a ser um exportador de commodities, mas sim aproveitar a oportunidade para fortalecer a sua indústria.
“Eles vêm para cá, vão montar essas usinas (de energia limpa), que são muito importantes, muito bem-vindas, mas o nosso desafio não pode ser apenas recebê-los, mas sim garantir que esta oportunidade financie um novo ciclo de industrialização do país” , ele enfatizou.
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