O gerente do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel), Luiz Piauhylino Filho, afirmou que o Brasil enfrenta um momento histórico no setor de energia limpa, principalmente com o avanço das tecnologias para produção de hidrogênio verde, mas “precisa cumprir seu dever de casa.”
“O país tem uma oportunidade gigantesca, é um novo momento que estamos vivendo. O Brasil precisa fazer o dever de casa, e tem que fazê-lo bem se quiser aproveitar efetivamente essa oportunidade”, destacou Piauhylino Filho durante o CB.Debate “Hidrogênio Verde: o combustível do futuro”, realizado nesta quinta-feira (26/9).
O especialista lembrou que o setor de petróleo e gás no Brasil movimenta cerca de R$ 120 bilhões por ano, e a transição para energias mais limpas precisa ser bem planejada, evitando a perpetuação de subsídios baixos que podem se tornar prejudiciais no longo prazo. “Os subsídios são uma coisa muito perigosa. A eternização do subsídio foi substituída pelo hidrogênio. Estamos falando de R$ 18 bilhões distribuídos em cinco anos. É pouco, muito pouco”, comentou.
Segundo Piauhylino Filho, o Brasil possui todos os recursos naturais necessários para liderar o mercado global de hidrogênio verde, contando com usinas eólica, solar e hidrelétricas. Porém, ele alerta que mais de 200 gigawatts de projetos renováveis no Brasil só serão viáveis se forem destinados à produção de hidrogênio. “Se quiserem servir a inteligência artificial que está sendo exigida, esses projetos não serão sustentáveis. Temos potencial e geração de energia para o mercado externo e interno, para produzir hidrogênio”, afirmou.
A rota escolhida pela Europa desde 2018 para a descarbonização é a eletrólise, processo que utiliza energia renovável para separar a água em oxigénio e hidrogénio. Com a crise provocada pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, esta escolha foi reforçada. «Se quisermos servir o mercado europeu, temos de produzir hidrogénio a partir da eletrólise e fazer um derivado, como o amoníaco, pois o hidrogénio não pode ser transportado em grande escala na forma gasosa ou líquida», explicou o gestor do Inel.
O evento “Hidrogênio Verde: o combustível do futuro” é realizado pelo Instituto Cultura em Movimento, com patrocínio do Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e governo federal; apoio da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra); e suporte de comunicação de Correio Braziliense.
O encontro reúne autoridades, entidades do setor produtivo e especialistas, no modelo de debate, para abordar as potencialidades e desafios para a ampliação da produção de hidrogênio verde no país, alternativa promissora para a descarbonização da economia e a transição para uma matriz mais energética. sustentável.
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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