Celebridades brasileiras e internacionais têm aproveitado a popularização dos jogos de apostas online, conhecidos como apostas, para ampliar suas fontes de renda. O fenômeno cresceu à medida que as plataformas se tornaram patrocinadoras de grandes eventos e equipes esportivas, com rostos famosos anunciando para impulsionar o setor. Entre as principais personalidades estão atletas, influenciadores digitais e músicos.
No Brasil, jogadores de futebol como Vini Jr., Neymar, Ronaldinho Gaúcho e Galvão Bueno estão entre os mais conhecidos. A ascensão dos jogos fez com que muitos associassem as suas marcas pessoais a estas plataformas, não só promovendo-as, mas também participando em torneios e eventos exclusivos.
O envolvimento de celebridades nas apostas online é acompanhado de inúmeras polêmicas. Os críticos argumentam que estas parcerias podem promover o vício em jogos, especialmente entre o público jovem. Estima-se que algumas celebridades tenham contratos milionários com empresas de apostas, além de bônus vinculados ao crescimento da base de usuários das plataformas que promovem.
O cantor Gusttavo Lima, suspeito de participar de um esquema ilegal de lavagem de dinheiro em jogos de azar, falou sobre honestidade e fazer a coisa certa durante seu primeiro show após ter seu mandado de prisão cassado pela Justiça. Ele se apresentou em Marabá (PA), na última sexta-feira.
O sertanejo estava fora do país quando o mandado de prisão foi expedido e retornou ao Brasil no dia seguinte. “Faça a coisa certa, todo mundo faz a coisa errada. Seja honesto. Quando o mundo ameaçar cair do seu lado, sua honestidade irá salvá-lo”, disse ele.
O momento foi registrado pelos fãs e compartilhado nas redes sociais. “Tenham razão, sejam justos, sejam honestos, para que quando tudo parecer desmoronar, só a sua honestidade os salve. Obrigado a cada um de vocês pelo carinho e pela presença”, afirmou.
Após o governo federal anunciar um pacote de medidas sobre apostas, entidades e personalidades do setor se posicionaram contra a publicidade de influenciadores. Para o presidente do Instituto Brasileiro do Jogo Legal (IJL), Magno José, esses profissionais não têm responsabilidade suficiente para divulgar as apostas. “Quem não tem responsabilidade pela publicidade contrata influenciadores que não têm compromisso com o apostador ou com qualquer outra pessoa. Eles só querem passar a mensagem e ganhar dinheiro”, afirmou.
O Papa Francisco também lamentou a proliferação de publicidade de celebridades nas casas de apostas. “Fico muito triste em ver que alguns jogos de futebol e estrelas do esporte promovem plataformas de apostas. Isso não é um jogo, é um vício. 10º aniversário do primeiro Encontro Mundial dos Movimentos Populares (EMMP).
“É um vício. Significa colocar a mão no bolso das pessoas, principalmente dos trabalhadores e dos pobres. Isso destrói famílias inteiras. Na verdade, existem doenças mentais, desespero e suicídios causados por “ter um cassino em cada casa” via celular” , concluiu o pontífice.
Na semana passada, o senador Omar Aziz (PSD-AM) pediu à Procuradoria-Geral da República que tirasse do ar os sites de apostas até a regulamentação da Lei 14.790 de 2023. “E o que mais nos assusta são os pseudoinfluenciadores, pseudolíderes e ídolos, influenciando as pessoas a joguem meus amigos, não joguem porque vocês nunca vão ganhar, isso é um erro”, disse o parlamentar.
Aziz também criticou clubes esportivos e empresas de comunicação que financiam a doença de milhões de brasileiros. “Pela agressividade e volume de dinheiro envolvido no mercado de apostas, sabemos que as empresas operadoras estão enredadas em todos os aspectos relacionados ao esporte, desde locutores até treinadores. Clubes de futebol e empresas de comunicação estão se tornando dependentes desses patrocínios, mas às custas das finanças e da saúde mental de milhões de brasileiros”, destacou.
Mudar
Proposto pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), o PL 3.563/2024 sugere alterar a legislação que regulamenta as apostas no Brasil. A matéria visa “proibir a publicidade, o patrocínio e a promoção de apostas desportivas e jogos online, bem como de apostas que envolvam resultados eleitorais”.
O projeto ainda tramita no Senado e aguarda avaliação da Câmara dos Deputados. Se aprovado, nenhum tipo de publicidade poderá ser realizada em qualquer meio de comunicação — rádio, televisão, jornais, revistas, outdoors, internet, redes sociais e quaisquer outros meios de comunicação. Além disso, as apostas não poderão realizar qualquer tipo de patrocínio de clubes ou eventos esportivos ou culturais.
Atualmente, muitas casas patrocinam campeonatos esportivos e culturais, clubes de futebol e programas de televisão. A lei atual, 14.790, de 2023, prevê que, a partir de 1º de janeiro de 2025, todas as empresas legalizadas deverão responder pela publicidade que publicarem, sujeitas a multas em caso de desinformação ou falsas promessas.
O crescimento explosivo dos jogos de azar online levantou preocupações sobre a utilização destas plataformas para lavagem de dinheiro. Com o avanço da tecnologia e o rápido aumento de jogadores em todo o mundo, os jogos se tornaram um meio atraente para atividades ilícitas e para esconder grandes quantias de dinheiro.
Segundo a advogada criminalista Amanda Silva Santos, considerando que a plataforma autorizou o depósito e transferência de valores, os criminosos passaram a utilizar contas de apostas para transferir dinheiro a terceiros. “Outra forma muito utilizada são as apostas coordenadas, onde o criminoso deposita valores decorrentes da atividade criminosa nas apostas e depois direciona os sorteios para pessoas pré-selecionadas que também fazem parte do esquema”, disse.
O advogado destacou que, para coibir essa prática, a plataforma, além de passar por fiscalização, deve aplicar regras e estabelecer um sistema adequado de monitoramento de usuários e transações suspeitas. “A regulamentação desta atividade, além de garantir a regularidade das transações, garante confiabilidade às atividades realizadas pela plataforma e segurança aos usuários”, afirmou.
O advogado criminalista Miguel Pereira Neto destacou que se a publicidade de apostas for proibida, as empresas do setor poderão sofrer uma redução significativa de clientes e de lucros. “Se houver uma regulamentação que limite a publicidade, as empresas terão de ajustar as suas estratégias de marketing, mas poderão continuar a operar de forma mais controlada”, destacou.
Para Neto, a prioridade deve ser a transparência dos valores nas casas de apostas. “No aspecto jurídico, portanto, a regularização pode trazer mais transparência e controle ao setor de apostas, esportivas ou outras, combatendo assim a lavagem de dinheiro e a manipulação de resultados. Com regras mais rígidas e claras, é possível reduzir a ocorrência de práticas ilegais em o mercado de apostas”, concluiu.
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