Lançado em 2019 para permitir que os trabalhadores recebam parte do valor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no mês em que comemoram mais um ano de vida, o saque-aniversário é mais utilizado para cobrir despesas da casa ou dívidas de cartão de crédito, segundo pesquisa inédita lançada pela fintech meutudo.
Segundo a pesquisa, 86% dos participantes responderam que utilizam o fundo como fonte de crédito. Além disso, 43% decidem antecipar o saque de aniversário. A segunda opção mais comum é o empréstimo pessoal.
A pesquisa mostrou ainda que cerca de 47% dos consumidores buscam empréstimos para pagar contas pendentes, como aluguel, água e luz. Também foram citadas compras no mercado (30%) e pagamento de dívidas de cartão de crédito (16%).
Por faixa etária, o estudo revelou que os principais motivos de utilização do saque-aniversário entre os jovens de 18 e 30 anos são pagamento de contas vencidas, compras de supermercado e dívidas no cartão de crédito. Entre 31 e 45 anos, além das contas pendentes e das compras de supermercado, grande parcela dos consumidores também busca recursos para pagar mensalidades escolares ou universitárias.
Entre o público de 46 a 60 anos, o foco principal é no pagamento de contas pendentes, compras de supermercado e compra ou conserto de veículos. “A maioria dos entrevistados utiliza o adiantamento do FGTS como linha de crédito para cobrir despesas básicas. Os dados revelam a necessidade de soluções financeiras acessíveis para um público que, em sua maioria, enfrenta dificuldades no dia a dia para equilibrar as contas”, diz Daniel Garcia, chefe da unidade de negócios FGTS do meutudo.
Fim da retirada
Ainda neste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) confirmou que enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei para acabar com o saque-aniversário. Segundo o ministro Luiz Marinho, o governo já deu sinal verde para extinguir a modalidade. Com o fim da opção, até 80 milhões de brasileiros poderão ser diretamente impactados.
Para o especialista, a medida pode afetar diretamente a renda do consumidor, já que a folha privada debita uma parcela direta do salário, ao invés do que acontece antecipadamente.
“O saque-aniversário é uma alternativa que não compromete a renda mensal do trabalhador. Com o fim do programa, ele não terá mais acesso a linha de crédito com possibilidade de juros mais baixos”, acrescenta Garcia.
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