São Paulo – O governo é, hojeuma areia nas engrenagens do crescimento econômico do Brasil. A afirmação é do ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. Em palestra no 25º congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Loyola, um dos pais do Plano Real, afirmou que a questão fiscal é o maior problema que o país enfrenta hojedo ponto de vista macroeconómico.
“Há uma falta de governança no setor público. É ineficiente e gasta mal”, afirmou o economista. “Não é que o país dependa do governo para crescer. Mas certamente o governo, hojeé uma areia na roda do crescimento”, acrescentou. Loyola mencionou que, mesmo com a elevada carga tributária que recai sobre as empresas e as pessoas, o país convive com um crescente déficit fiscal.
Ele projetou um crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) — conjunto de bens e serviços produzidos no país — de 2%. “Não é o ideal. Ainda há muito a resolver, mas estamos a avançar”, afirmou, lembrando que as previsões de crescimento do ano passado para 2024 rondavam os 1% ou 1,5%.
Para Loyola, presidente da Tendências Consultoria, a produtividade no país cresce rapidamente, o que explica o fato de os economistas terem errado nas projeções do PIB. “Nós somos
colhendo os benefícios de anos e anos de reformas no país”, disse ele, citando as reformas trabalhistas e previdenciárias. “E mesmo recuando um pouco mais, tivemos estabilidade econômica”, disse, em referência ao Plano Real.
Sobre a reforma tributária, o economista disse que será um avanço, “enquanto o Congresso moderar o número de exceções que estão sendo criadas e acabar aumentando a alíquota para os setores que não são beneficiados, o que é muito ruim”.
Geopolítica
Convidado para falar no congresso sobre o tema “Mapeando riscos geopolíticos para 2024 e perspectivas para 2025”, Gustavo Loyola destacou a preocupação mundial com a guerra entre Rússia e Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio. Ele destacou que ambos não têm perspectiva de solução e nem data de término.
“Nesta situação é prudente diversificar as fontes de abastecimento, as fontes de matérias-primas. O país e as empresas precisam diversificar os mercados. Não dá para depender muito de um só mercado”, ressaltou.
Mencionou também a polarização entre os Estados Unidos e a China como duas potências económicas em constante conflito. “A rivalidade entre essas duas potências — uma ainda predominante e outra em ascensão — provoca uma série de tensões, que acabam impactando o comércio e a economia como um todo”, avaliou.
O momento, que representa um desafio para o Brasil, é também uma oportunidade para ampliar a participação do país no mercado global, segundo Loyola. “Seja do ponto de vista de produzir no Brasil ou do ponto de vista de exportar para determinados mercados, as empresas localizadas no Brasil podem repensar a ideia de ter o país como uma plataforma global. Hojecom exceção do agronegócio, o Brasil ainda é globalizado de maneira imperfeita.”
O 25º Congresso do IBGC, encerrado em quartoNa noite de sexta-feira (10/09), participaram 1.500 pessoas, a maioria membros de conselhos de administração e executivos de grandes empresas.
*O jornalista viajou a convite do IBGC
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