Em entrevista ao programa CB.Power – parceria entre Correspondência e TV Brasília — nesta segunda-feira (11/04), o senador Izalci Lucas (PL-DF) levantou um ponto de preocupação com a desoneração da folha de pagamento, que, segundo ele, deveria ter sido incluída na reforma tributária. A emenda constitucional previa que o governo federal encaminhasse o projeto de isenção no prazo de 90 dias. O parlamentar lembrou, porém, que o governo ainda não deu esse passo, apesar de já ter passado quase um ano. Esse atraso, na visão do senador, pode causar prejuízos a setores que dependem de mão de obra intensiva e acabar aumentando os custos das empresas.
Embora o relator Eduardo Braga (MDB-AM) tenha afirmado que as empresas enquadradas no regime do Simples Nacional não serão afetadas, Izalci, que coordenou o grupo de trabalho da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), alerta para impactos indiretos. Ele explicou que as empresas que comprarem de fornecedores abrangidos pelo Simples não terão o benefício do crédito tributário de 26% que poderiam obter ao comprar de empresas no regime normal. Isto cria uma desvantagem competitiva para as pequenas empresas, que podem perder clientes para concorrentes maiores. “Se eu comprar de uma empresa normal, quando pagar meu imposto serei creditado com 26%. O Simples não vai me dar esse crédito”, explicou.
Izalci também mencionou a tributação dos motoristas de aplicativos, que inicialmente seria de 26% da receita, mas foi ajustada após pedidos para tributar apenas 25% da receita, já que 75% do valor arrecadado por esses profissionais é direcionado para custos. como combustível e manutenção de veículos. Para viabilizar a categoria, o projeto criou o conceito de “nano MEI” — uma simplificação para trabalhadores de menor renda.
Questão de segurança social
O senador também discutiu a possibilidade de uma nova reforma previdenciária durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a reforma tributária e a Previdência estão diretamente relacionadas, uma vez que a desoneração da folha de pagamento pode equilibrar as contas públicas e incentivar a contratação de mão de obra formal.
Segundo o parlamentar do DF, o envelhecimento da população brasileira torna urgente uma reforma previdenciária que garanta a sustentabilidade do sistema. “Antes eram 10 trabalhadores para um aposentado. Em breve você terá um trabalhador para cada 10 aposentados. Teremos que encontrar uma maneira de financiar a aposentadoria”, disse ele.
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