A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, nesta terça-feira (11/05), o evento “Referência Agro – Custos Agrícolas 2024/2025”, em sua sede, onde reuniu especialistas, líderes do setor, produtores e pesquisadores para uma análise dos custos de produção e tendências do setor agrícola no Brasil.
O presidente da CNA, João Martins, destacou a importância de monitorar custos e prever cenários para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor no longo prazo. “Esses números mostram nosso compromisso em compreender profundamente as realidades e os desafios de quem trabalha para alimentar o Brasil e o mundo.”
Os últimos anos foram marcados por lacunas na agricultura brasileira, principalmente devido às condições climáticas adversas. A produtividade dos grãos na safra 2023/2024 foi severamente afetada, gerando queda de mais de 30% nas margens dos produtores, principalmente em regiões onde o clima foi mais severo. Martins manifestou otimismo com o futuro, destacando que, com o aumento da produtividade, há expectativa de recuperação das margens dos produtores nos próximos ciclos.
A pecuária também enfrenta um momento complexo. Segundo Martins, o Brasil registra 17 meses consecutivos com abates de fêmeas acima da média, impulsionados pela desvalorização dos preços dos bezerros e do gado. Porém, há sinais de recuperação, com o preço da arroba do gado vivo superando R$ 293 na média nacional. “Esse comportamento é reflexo da transição do ciclo da pecuária, aliado ao aquecimento da demanda tanto no mercado interno quanto no externo”, disse o presidente da CNA.
O evento também foi palco de debates sobre a situação da produção agrícola brasileira em comparação com outros grandes produtores mundiais. Em um dos painéis, o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Mauro Osaki abordou os altos custos da produção de soja e milho no Brasil, em relação a países como Argentina, Estados Unidos e Ucrânia. “Somos protagonistas desse cenário e não podemos perder esse espaço, pois outros poderão ocupá-lo. Temos que melhorar a nossa capacidade de produção”, afirmou Osaki, destacando o impacto dos elevados custos dos insumos, como fertilizantes e sementes.
Além disso, o pesquisador Thiago Bernardino, também do Cepea, apresentou dados sobre o mercado de carne bovina e leite, apontando desafios na rentabilidade da pecuária de corte e a necessidade de expansão da produção de leite, já que muitos países ainda não são autossuficientes nesse setor. “Há muitos desafios a serem superados. No Brasil, temos um dos maiores custos de produção e, no mundo, a preocupação é garantir estoques de leite cru para atender a crescente demanda”.
A relação entre as questões ambientais e o agronegócio também gerou debate. A assessora técnica da CNA, Amanda Roza, acredita no desempenho sustentável da agricultura brasileira, citando o Código Florestal, o Plano Agrícola de Baixo Carbono (ABC+) e o mercado de carbono como exemplos de iniciativas em prol da sustentabilidade. “Nos últimos dez anos, enfrentamos longos períodos de seca que impactaram a produtividade. Estas alterações climáticas trazem um novo cenário económico para o setor”, explicou.
O evento também discutiu as expectativas para as próximas safras de grãos. O superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer, falou sobre a evolução dos custos de produção de soja e milho em Mato Grosso, principal produtor brasileiro. Segundo Gauer, mesmo com aumento de 4,22% na receita bruta da soja, o valor ainda não cobre todos os custos, embora a valorização da saca tenha trazido certo alívio ao produtor.
As perspectivas para a safra 2024/2025 são otimistas. O analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, projeta uma produção de soja de 171,8 milhões de toneladas, dependendo das condições climáticas, e uma colheita de milho que deve chegar a 133,5 milhões de toneladas. Esse crescimento representa um salto de quase 46% nas ações, o que pode limitar a valorização dos preços. “Os estoques mais elevados devem manter os preços mais moderados, mas ainda sustentados até o início do período de entressafra”, observou Gutierrez.
O evento mostrou que a procura global por alimentos deverá continuar a crescer. No final do evento, o presidente da CNA reafirmou a capacidade do sector agrícola de se adaptar aos desafios. “Fornecemos análises detalhadas de custos e, o mais importante, perspectivas de mercado. As informações geradas são uma ferramenta para que nossos produtores vejam além do presente e planejem com segurança o futuro de suas atividades.”
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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