Na madrugada desta quarta-feira (11/6), quando os resultados nos colégios eleitorais e as tendências destacadas pelos principais veículos de comunicação norte-americanos sinalizavam um favoritismo cada vez mais forte à vitória do republicano Donald Trump nas eleições do país, o bitcoin saltou para o o maior de sua história, US$ 75 mil. A valorização significativa da criptomoeda não perdeu força ao longo do dia — diferentemente do dólar, que caiu no início da tarde — e segue em patamar acima de US$ 74 mil, ainda o maior de toda a série histórica.
Às 15h (horário de Brasília), o bitcoin registrava o valor de US$ 74.497. O recorde anterior era da última semana de março de 2024, quando o ativo digital ultrapassou US$ 71 mil.
Mas qual a razão desta valorização após a vitória de Trump nas urnas? Especialistas apontam diversos fatores que poderiam esclarecer esse movimento, embora o principal deles seja a maior proximidade do ex-presidente, e agora presidente eleito, com as criptomoedas. Vale ressaltar também que o bitcoin mantém um ritmo de valorização desde setembro passado.
Durante a campanha eleitoral, Trump demonstrou estar mais receptivo às criptomoedas, por estar alinhado com economistas e outras pessoas do entorno do presidente eleito, que têm uma agenda mais associada ao liberalismo de mercado, como é o caso do bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X, Tesla, SpaceX, entre outras empresas.
Para o analista e sócio da Cash Wise Investimentos, o apoio de Elon Musk é o fator decisivo para que o mercado perceba Trump como um entusiasta das criptomoedas. “Isso faz com que a moeda se valorize, lembrando que moeda é confiança. Então você criou uma moeda e, se o presidente da maior economia do mundo acreditar que essa moeda é o futuro, e faz parte do futuro, a confiança na moeda aumenta e o seu valor também”, explica.
O economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva, lembra que os EUA são um país conhecido por formar grandes reservas de valor, como o ouro, tornando-se a nação com as maiores reservas do mundo. Na avaliação do especialista, o governo Trump pode pensar em formar uma reserva de criptomoedas, além de outros ativos de mercado.
“O Bitcoin ainda não é bem aceito como moeda de troca, devido à sua volatilidade. Mas já é muito bem aceito como reserva de valor, em caso de colapso financeiro. Trump, durante a campanha, observou isso. Ele reconhece o bitcoin como essa reserva e está ansioso para ordenar que o tesouro nacional também forme reservas em bitcoin”, considera o economista.
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