A novela em que se tornou a regulamentação das emendas parlamentares concluiu mais um capítulo, nesta segunda-feira (18), com a aprovação, pelo Senado, do projeto de lei complementar (PLP) enviado pela Câmara dos Deputados, na semana passada.
Como foram feitas três alterações em relação ao texto original, o projeto retorna à Câmara, que deverá apreciar o texto definitivo na sessão de hoje e, só então, poderá ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo depois de passar por todo o processo legislativo, a regulamentação das emendas parlamentares ainda precisará ser revista pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou a implementação de alterações no orçamento deste ano até que o Congresso aprove medidas que garantam transparência e rastreabilidade do recurso usar.
Na sessão de ontem, a base governista registrou uma vitória e duas derrotas em relação ao acordo alcançado na Câmara. O relator, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), reintroduziu o trecho do texto original que mantém todas as emendas parlamentares sob a égide do marco fiscal, como despesas primárias.
Por outro lado, a oposição conseguiu retirar do PLP a prerrogativa do Poder Executivo de promover o bloqueio orçamentário dessas emendas, mantendo o entendimento da Câmara de que a equipe econômica do governo só poderá contingenciar esses recursos. Isto significa que, em caso de perturbação fiscal, o governo pode suspender a execução destes recursos, mas terá de desfinanciá-los em caso de aumento da receita. Os líderes governistas trabalharam intensamente para garantir a prerrogativa do bloqueio, da mesma forma que costumam fazer com despesas não obrigatórias de outros órgãos, mas a derrota no plenário foi significativa: 46 a 14.
A diferença entre os dois instrumentos de execução fiscal não é significativa, ambos são utilizados para encerrar contas públicas quando as receitas não acompanham as despesas. A contingência ocorre quando há frustração das receitas, enquanto o bloqueio ocorre quando as despesas da União crescem além do permitido pelo quadro fiscal. Para a oposição —e alguns partidos do Centrão que integram a base do governo, a prerrogativa de bloquear recursos das emendas daria ao Palácio do Planalto mais poder na negociação com o Parlamento.
“O bloqueio é uma situação de praticamente confisco de recursos orçamentários. É possível que o Executivo, de posse do bloqueio, utilize os recursos de forma discricionária e sem consultar o órgão que foi bloqueado, e mesmo que haja mudança no comportamento da receita, esses recursos não poderão ser recuperados”, disse o senador Rogério Marinho (PL-RN), ao defender a mudança.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), da base governista, lamentou a mudança. Para ele, a situação cria um desequilíbrio na gestão do Orçamento da União. “Apenas as emendas parlamentares ficarão excluídas do bloqueio, enquanto as demais esferas de governo, Executivo e Judiciário, estarão sujeitas ao bloqueio”, argumentou.
O Senado também retirou a obrigatoriedade de aplicação de pelo menos 50% das emendas das comissões da área de saúde, nos mesmos moldes do que havia sido aprovado na semana passada em relação às emendas de bancada e às chamadas emendas Pix (individual, cujos recursos recaem diretamente na conta das prefeituras beneficiárias).
Para a oposição, não faria sentido aprovar uma vinculação de recursos para a saúde em emendas oriundas de comissões temáticas permanentes, como Transportes e Educação. Por unanimidade, o plenário aprovou limites para o crescimento das emendas parlamentares, ao resgatar o texto original do projeto do deputado Ruben Pereira Junior (PT-MA). No próximo ano, o valor das alterações de bancada não poderá ultrapassar 1% da receita corrente líquida do ano anterior.
Para as alterações do Pix, o teto é de 2%. As alterações da Comissão poderão totalizar até R$ 11,5 bilhões. A partir de 2026, as alterações tributárias (de bancada e pessoa física) serão ampliadas seguindo os parâmetros do marco fiscal, enquanto as alterações não tributárias (de comissão) serão atualizadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Com as alterações, o texto retornará à Câmara de origem, a Câmara dos Deputados, que poderá aprovar as alterações ou voltar ao texto original, informou o deputado Elmar Nascimento (União-BA). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia deixado aberta a possibilidade de votação do texto do Senado durante a sessão de ontem —a proposta inclusive estava na pauta do plenário—, mas as discussões só devem ser iniciadas a partir de hoje.
A aprovação das emendas parlamentares pelo PLP é fundamental para destravar não só o bloqueio imposto pelo Supremo — só R$ 8 bilhões em emendas do Pix aguardam liberação — como também o próprio Orçamento da União para 2025. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que determina os parâmetros de alocação dos recursos orçamentários, ainda está preso na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com