O dólar à vista abriu a semana com forte alta no mercado interno e fechou em patamar recorde pela quarta sessão consecutiva. Além do aumento dos prêmios de risco associados ao quadro fiscal, reflexo da decepção com o poder do pacote de corte de gastos anunciado pelo governo na semana passada, o real sofreu com o fortalecimento global da moeda americana.
A ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 100% aos países que compõem os BRICS, caso o bloco tente substituir o dólar como referência nas negociações internacionais, prejudicou moedas emergentes e países exportadores de commodities. Entre as moedas fortes, o euro caiu devido ao impasse na aprovação do orçamento na França e aos movimentos da extrema direita para tentar derrubar o primeiro-ministro do país, Michel Barnier.
Além de uma queda bastante limitada logo na abertura do pregão, quando registrou a mínima da sessão (R$ 5,9959), o dólar subiu durante todo o restante do pregão, atingindo máxima no início da tarde (R$ 6,0919). Ao final do dia, a moeda foi negociada a R$ 6,0680, alta de 1,11%. Foi a quinta sessão consecutiva de alta do dólar, período em que acumulou valorização de 4,52%. No ano, a moeda valorizou 25,03% frente ao real.
Para o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, o real ainda está fresco devido à frustração dos investidores com o pacote fiscal do governo e ao “ruído” causado pela divulgação conjunta da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês, embora essa medida tenda a ser considerada pelo Congresso em 2025.
“Obviamente pesa muito a afirmação de Trump sobre os Brics. E o enfraquecimento do euro com o impasse orçamentário na França ajuda a fortalecer o dólar globalmente. Mas a questão fiscal ainda desempenha um papel preponderante na desvalorização do real”, diz Costa, para quem a economia com as medidas anunciadas ficará em torno de R$ 40 bilhões e R$ 45 bilhões, muito abaixo dos R$ 71,9 bilhões estimados pelo governo para 2025 e 2026.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu hoje no Palácio do Planalto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e líderes do governo no Congresso para discutir a tramitação do pacote fiscal, segundo o Broadcast. .
Na última sexta-feira, 29, tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeram rápida apreciação do plano fiscal no Congresso. Ambos alertaram que a isenção do IR só avançará se não comprometer o equilíbrio das contas públicas. Também na sexta-feira, Haddad, em almoço de fim de ano da Febraban, anunciou novas medidas de contenção de custos, aliviando parcialmente a pressão sobre a moeda brasileira de forma muito específica.
Para Costa, da Monte Bravo, apesar dos sinais de Haddad, a avaliação é que o governo demonstra incapacidade de gerar resultados primários para cumprir as metas do quadro fiscal – o que compromete os esforços para conter o crescimento da dívida/PIB e, por extensão, aumenta os prémios de risco embutidos em activos locais.
“Haddad falou em novas medidas, mas não deveria ser algo de curto prazo. Não há motivos para amenizar essa percepção de risco que pode derrubar o dólar”, diz Costa, destacando que uma possível aceleração no ritmo da taxa aumenta A Selic já está embutida nas taxas de juros futuras e não deve estimular uma recuperação do real. “Acredito que apenas uma declaração do próprio Lula sobre seu compromisso com o ajuste fiscal e a agenda de Haddad pode reduzir o estresse”.
Pela manhã, em evento da XP Investimentos, o diretor de política monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, defendeu mais uma vez o regime de câmbio flutuante e reiterou que a autoridade monetária intervém no mercado cambial apenas no caso de “disfuncionalidade” – que, segundo os operadores, pode ocorrer com problemas de liquidez e saídas atípicas de recursos.
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